No panorama político da República Democrática do Congo, a exigência feita pelo partido no poder, a União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), de uma revisão completa da Constituição de 2006 marca uma viragem significativa no discurso oficial. Esta declaração, feita pelo secretário-geral do partido, Augustin Kabuya, durante uma reunião com os seus apoiantes no dia 21 de Novembro, destaca uma posição radical. A UDPS rejeita qualquer ideia de revisão parcial em favor de uma revisão total do texto constitucional.
Os argumentos apresentados pela UDPS para justificar este pedido baseiam-se na observação de que a actual Constituição não conseguiu responder aos desafios estruturais do país e impediu o seu desenvolvimento. Segundo o partido, o quadro jurídico em vigor constitui um grande obstáculo às reformas económicas e sociais consideradas essenciais para o progresso nacional.
Augustin Kabuya sublinhou que a campanha do partido a favor da substituição da Constituição começaria sem demora. A UDPS planeia mobilizar um amplo apoio em todo o país, apresentando esta mudança como um passo necessário para estabelecer uma estrutura de governação mais eficaz. O Secretário-Geral lembrou também aos seus apoiantes que, de acordo com o artigo 218.º da actual Constituição, apenas o presidente tem o poder de iniciar um processo de alteração constitucional, enfatizando assim a necessidade de colaboração com o Presidente Félix Tshisekedi.
Esta decisão surge num momento crucial, enquanto o país se prepara para os próximos eventos políticos. Ao defender reformas profundas em vez de simples ajustamentos, a UDPS pretende remodelar o quadro de governação do país e resolver problemas de longa data que considera inatingíveis no quadro actual.
Este anúncio deverá desencadear um debate animado no cenário político da RDC. Os partidos da oposição e os críticos certamente darão as suas opiniões sobre a viabilidade e as implicações de uma mudança tão radical. Ao mesmo tempo, os apoiantes da UDPS consideram esta iniciativa como um passo ousado e necessário para alcançar reformas há muito esperadas.