Queda significativa da inflação na África do Sul: perspectivas económicas encorajadoras

Em Outubro de 2021, a África do Sul registou uma descida significativa da inflação anual, atingindo o mínimo de quatro anos de 2,8%. Esta desaceleração, sobretudo devido à queda dos preços dos combustíveis, deverá conduzir a uma redução das taxas de juro. Os produtos alimentares e as bebidas não alcoólicas também registaram uma descida para 3,6%, a taxa mais baixa desde Novembro de 2019. O Banco Central da África do Sul deverá responder positivamente na sua reunião de política monetária, reduzindo potencialmente a taxa directora em 25 pontos base. A situação económica na África do Sul parece estar a ganhar estabilidade, oferecendo perspectivas encorajadoras de crescimento a longo prazo.
Outubro de 2021 marcou um importante ponto de viragem económica na África do Sul, com um declínio significativo na inflação anual atingindo o mínimo de quatro anos. De acordo com os dados do Statistics South Africa, a taxa anual do IPC desacelerou para 2,8%, representando uma desaceleração acentuada face aos 3,8% registados em Setembro passado. Esta queda, a mais baixa desde junho de 2020 (quando era de 2,2%), torna quase certa a descida das taxas de juro a partir de quinta-feira.

Numa base mensal, os preços ao consumidor caíram 0,1% em Outubro, em comparação com um aumento de 0,1% em Setembro, de acordo com dados do Statistics South Africa. A principal razão para esta desaceleração foi a queda dos preços dos combustíveis, com uma queda de 5,3% entre Setembro e Outubro. O preço da gasolina 95 octanas no interior caiu para R$ 21,05 por litro, seu nível mais baixo desde fevereiro de 2022.

A inflação anual dos produtos alimentares e das bebidas não alcoólicas também subiu para 3,6 por cento em Outubro, depois de ter permanecido estável entre 4,5 por cento e 4,7 por cento durante seis meses consecutivos. Esta é a taxa mais baixa desde novembro de 2019. Outros fatores positivos que contribuíram para a queda da inflação foram a habitação e serviços públicos, bens e serviços diversos (computadores, televisões e serviços postais), bem como bebidas alcoólicas e tabaco.

Esta desaceleração da inflação foi antecipada pelo Bureau for Economic Research (BER), que previu uma inflação mais baixa para o mês de Outubro. Lisette IJssel de Schepper, economista-chefe do BER, destacou que deverá ser esperada uma queda de mais de 4% no IPC para o resto do ano. Ela também mencionou que o núcleo da inflação, excluindo combustíveis e alimentos, deverá permanecer estável em torno de 4,1% em outubro.

O Banco Central da África do Sul (Sarb) deverá saudar esta desaceleração da inflação na sua reunião de política monetária que termina na quinta-feira. Antecipando uma inflação em torno de 4,5% no médio prazo, é provável outro corte de 25 pontos base na taxa básica. No entanto, é pouco provável que seja considerado um corte de 50 pontos base, dadas as incertezas que rodeiam as políticas potencialmente inflacionárias da administração Trump e o seu impacto na economia global.

Contudo, é importante notar que a queda temporária da inflação fora do intervalo-alvo de 3% a 6% pode não influenciar a decisão do Banco Central. Segundo Elna Moolman, chefe de investigação macroeconómica do Standard Bank, o Sarb concentra-se geralmente na inflação no médio prazo, quando a sua política monetária pode ter impacto no índice de inflação. Ela espera que o Sarb continue a reduzir gradualmente as taxas de juro até que deixem de ser restritivas..

Em conclusão, a situação económica na África do Sul mostra sinais de estabilidade e controlo da inflação, fortalecendo a confiança dos investidores e dos consumidores. A política monetária prudente do Sarb parece estar em linha com os dados económicos actuais, proporcionando perspectivas encorajadoras para o crescimento a longo prazo.

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