O fracassado julgamento do Golpe de Estado em Kinshasa: os motivos de recurso dos réus geram polêmica

O caso que ocupa o primeiro plano da cena jurídica no Tribunal Militar de Kinshasa/Gombe continua a avançar, com o julgamento do fracassado Golpe de Estado de 19 de Maio. Os arguidos, em número de 37, estão actualmente a apresentar fundamentos para os seus recursos, procurando demonstrar alegados erros cometidos durante o primeiro julgamento.

Durante a recente audiência realizada na prisão militar de Ndolo, os advogados de defesa defenderam uma revisão dos veredictos, argumentando que as decisões do primeiro juiz foram baseadas em especulação e não em provas concretas. Negaram veementemente qualquer envolvimento dos seus clientes na alegada conspiração para derrubar as instituições.

Em particular, os arguidos recrutados na província do Congo Central sublinharam que se juntaram ao grupo de Christian Malanga na esperança de conseguir emprego numa ONG a ser criada. Disseram que foram vítimas de uma promessa ilusória, longe de qualquer intenção de participar de irregularidades.

Além disso, o Tribunal Militar de Kinshasa/Gombe decidiu recentemente a não apreensão de pessoas absolvidas em primeiro grau neste caso. Decisão tomada depois de estes arguidos terem suscitado uma contestação formal, argumentando que o Ministério Público apenas recorreu contra os 37 condenados, excluindo-os assim do processo de recurso. Este grupo, apelidado de “Chez Momo Hotel”, reúne a proprietária do estabelecimento, o seu marido e os seus funcionários.

No final do primeiro julgamento, 37 arguidos foram condenados à pena de morte por diversas acusações, incluindo conspiração criminosa, ataque e terrorismo. Entre eles, Marcel Malanga, filho de Christian Malanga, bem como outras personalidades importantes. Alguns também receberam 20 anos de servidão penal por posse ilegal de armas de guerra.

Este assunto complexo suscita fortes reacções na opinião pública, destacando as questões de justiça e transparência no sistema judicial congolês. À medida que o julgamento prossegue, os olhos permanecem focados na evolução dos debates e nas potenciais revelações que poderão surgir.

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