O debate em torno da utilização das redes sociais por profissionais médicos está a ganhar força após o anúncio do sindicato dos médicos egípcios de que planeia regular a aparição dos seus membros nos meios de comunicação social, incluindo em plataformas online e transmissões em direto. Surge então uma questão ética em relação à divulgação de informações confidenciais, conforme ilustrado pelo polêmico vídeo do ginecologista Wissam Shoaib, destacando uma possível violação da privacidade do paciente.
O presidente do sindicato, Osama Abdel-Hay, sublinhou a necessidade de estabelecer regras vinculativas para regular estas práticas, evitando qualquer dano à sociedade. Perante esta polémica, o sindicato procura definir directrizes para prevenir futuros incidentes que possam minar a confiança do público na profissão médica.
Este caso destaca os desafios colocados pela evolução dos meios de comunicação e a necessidade de os médicos exercerem alguma contenção e confidencialidade ao falarem nas redes sociais. As questões de proteção dos dados dos pacientes e de respeito pela ética médica são cruciais, e devem ser consideradas sanções adequadas em caso de transgressão.
É essencial que as autoridades relevantes, como o Conselho Superior de Regulação dos Meios de Comunicação Social, trabalhem com os sindicatos profissionais para estabelecer mecanismos eficazes de controlo e supervisão para garantir o cumprimento dos padrões éticos e profissionais. As sanções disciplinares, que vão desde advertências até à expulsão, devem ser proporcionais às infrações cometidas, com o objetivo de manter a integridade e a reputação da profissão médica.
Em última análise, a transparência e a ética devem orientar as interações dos médicos nas redes sociais para preservar a confiança do público e o respeito pelos direitos dos pacientes. É imperativo encontrar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e o respeito pela privacidade, a fim de promover uma prática médica responsável que respeite os princípios éticos fundamentais.