Na região do estado de Cartum, o conflito no Sudão eclodiu no ano passado, levando à trágica perda de mais de 61 mil vidas, de acordo com um relatório do Grupo de Investigação do Sudão da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
Este número alarmante excede em muito as 20.000 mortes anunciadas anteriormente pelas Nações Unidas e outras organizações humanitárias. A falta de um sistema de censo adequado no país tornou difícil estabelecer um número preciso de vítimas.
Segundo o relatório, cerca de 26 mil mortes foram causadas por violência direta. Contudo, é importante sublinhar que as principais causas de mortalidade em todo o país são a fome e as doenças evitáveis.
Grupos de ajuda alertaram que o conflito no Sudão desencadeou a pior crise humanitária do mundo, ameaçando várias regiões com fome. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, após a sua visita ao país em setembro, informou que a fome é generalizada “em quase todo o lado”.
Ambos os lados do conflito, o exército sudanês e as forças paramilitares de apoio rápido, foram acusados de cometer crimes de guerra. Mais de 11 milhões de pessoas foram forçadas a fugir dos combates que eclodiram em Abril do ano passado.
Esta crise humanitária no Sudão sublinha a urgência de uma acção internacional concertada para pôr fim à violência, garantir o acesso à assistência humanitária e promover a estabilidade e a paz na região. É imperativo que a comunidade internacional se mobilize para prevenir a tragédia humana em curso e oferecer esperança de recuperação aos muitos civis inocentes encurralados neste conflito devastador.