No centro da turbulência política na República Democrática do Congo, o movimento de protesto que abalou a cena política congolesa em Novembro de 2018 marcou um ponto de viragem crucial na história do país. Enquanto o acordo de Genebra designando Martin Fayulu como único candidato da oposição foi assinado, as decisões controversas de Félix Tshisekedi e Vital Kamerhe causaram turbulência no seio da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS).
Quando Félix Tshisekedi e Vital Kamerhe anunciaram a sua retirada do acordo, uma onda de choque espalhou-se entre os apoiantes da oposição e dentro da UDPS. As tensões internas atingiram um nível febril, revelando as profundas divisões dentro do partido. Peter Kazadi e Augustin Kabuya, duas figuras-chave da UDPS, foram testemunhas privilegiadas destes acontecimentos que abalaram os alicerces da sua formação política.
A retirada de Tshisekedi do acordo de Genebra foi vista como uma traição por alguns, enquanto outros a viram como uma oportunidade para redefinir alianças políticas no país. Dentro da UDPS, as dissensões vieram à tona, destacando as lutas pelo poder e as rivalidades que animavam o partido.
Confrontados com reacções indignadas da base da UDPS, Augustin Kabuya e Peter Kazadi tiveram de desempenhar um papel crucial na tentativa de salvar a unidade do partido. Num contexto de caos e confusão, os dois homens mostraram coragem e determinação para defender os interesses de Tshisekedi e preservar a sua imagem entre os activistas.
O confronto com Jean-Marc Kabund, então secretário-geral do partido, cristalizou as tensões dentro da UDPS. As opiniões divergentes sobre a decisão de Tshisekedi destacaram as divisões ideológicas e políticas que dividiram o partido. Apesar das pressões e ameaças, Kabuya e Kazadi mantiveram-se firmes, conscientes da importância de manter a unidade da UDPS num momento tão crítico.
A mobilização dos activistas da UDPS, apoiada por apoiantes da União para a Nação Congolesa (UNC), foi decisiva na reafirmação da candidatura de Tshisekedi. As manifestações e ações de protesto marcaram o início de uma nova aliança política, Cape for Change (CACH), que selou a parceria entre Tshisekedi e Kamerhe para as eleições presidenciais.
Em última análise, os acontecimentos de Novembro de 2018 transformaram profundamente o panorama político da RDC. Félix Tshisekedi conseguiu ultrapassar obstáculos e ascender à presidência, conseguindo assim um feito político notável. As lições aprendidas neste período tumultuado são numerosas e apelam à reflexão sobre os desafios da democracia e da governação em África..
No turbilhão da história congolesa, os actores políticos conseguiram reinventar-se e encontrar formas de resolver conflitos para preservar a unidade e a estabilidade do país. A coragem e a determinação daqueles que defenderam os ideais democráticos e a integridade do processo eleitoral serão lembradas, testemunhando a vitalidade e a resiliência do povo congolês na sua busca pela liberdade e pela justiça.