A participação do Afeganistão na COP29 ilustra um grande regresso ao debate internacional sobre o clima. A delegação afegã, liderada por Matuil Haq Khalis, chefe da agência de protecção ambiental do país, entrou em Baku com o objectivo de procurar apoio global para enfrentar os graves desafios climáticos que o Afeganistão enfrenta.
A ausência do Afeganistão nas últimas três COP (COP26, COP27 e COP28) é um elemento a ter em conta. Khalis manifesta a sua satisfação com esta participação atual e destaca a importância das reuniões bilaterais previstas com os Estados Unidos e outros países. A delegação vê esta presença como uma oportunidade para fazer com que a voz do povo afegão seja ouvida pela comunidade internacional.
Classificado como o sexto país mais vulnerável às alterações climáticas, o Afeganistão sofre com chuvas imprevisíveis, secas prolongadas e inundações devastadoras. As recentes inundações causadas por chuvas torrenciais causaram a morte de mais de 300 pessoas no norte do país em Março passado. Esta situação evidencia a fragilidade do país face a eventos climáticos extremos.
É inegável que são necessárias medidas concertadas para combater os desafios climáticos. Khalis destaca a urgência da acção colectiva, dizendo que todos os países devem unir forças para enfrentar o problema das alterações climáticas.
O Afeganistão começou a desenvolver planos nacionais de acção climática e planos para actualizar as suas metas climáticas nos próximos meses. O considerável potencial do país em energias renováveis, especialmente eólica e solar, é destacado por Khalis. No entanto, adverte que a concretização deste potencial depende do apoio internacional.
A situação no Afeganistão demonstra a necessidade imperativa da cooperação global para enfrentar os desafios climáticos. À medida que o país recupera da recente convulsão política, a sua presença na COP29 proporciona uma oportunidade crucial para reforçar o seu compromisso com a protecção ambiental e procurar apoio internacional para alcançar os seus objectivos climáticos.