As crescentes montanhas de resíduos alimentares que bloqueiam as vias públicas são um grande problema nos bairros de lata de Mukuru, em Nairobi. A falta de um sistema de eliminação adequado resulta na acumulação de resíduos no exterior, retendo água estagnada que, de outra forma, escoaria. No entanto, os moradores locais lançaram um projeto inovador usando larvas de moscas para decompor restos de comida.
Alguns especialistas dizem que a incapacidade dos residentes em separar os seus resíduos é parte do problema. Ephantus Kung’u, entomologista do Akiba Mashinani Trust, ressalta que “as pessoas tendem a jogar fora seus resíduos sem separá-los, colocando os resíduos orgânicos em sacos plásticos, depois simplesmente os abandonam, e esses resíduos orgânicos contidos nos sacos plásticos não se decomponha por dentro, eventualmente obstruindo os caminhos.”
Segundo especialistas, esta iniciativa reduz os resíduos plásticos, bem como os gases com efeito de estufa, como o metano e o dióxido de carbono. “Para eliminar a necessidade de colocar lixo orgânico em sacos plásticos e outros recipientes plásticos, por isso criamos as unidades mosca soldado negro, que tendem a consumir mais lixo orgânico e assim resolver o problema do lixo orgânico nas ruas”, explica Kung’ você.
Bernadette Kosgei, agrônoma e formadora do Miramar International College, acrescenta que “os resíduos que de outra forma teriam sido deixados para se decompor e liberar muitos gases de efeito estufa – metano, dióxido de carbono – que de outra forma teriam sido liberados no ar e causaram o aquecimento global, conseguimos armazenar esse carbono graças à mosca do soldado negro. Nós o convertemos em proteínas, que depois são reutilizadas na alimentação animal.
Outro benefício do programa é que os resíduos acabam por criar rações e fertilizantes para animais a preços acessíveis. “Com fertilizantes orgânicos consigo economizar cerca de sessenta por cento do valor que comprava em lojas de agroquímicos”, explica Moses Aswani, um agricultor orgânico nas favelas de Mukuru.
Lançada no ano passado, a iniciativa tem como objetivo reduzir o desperdício alimentar na região em até 70 por cento. Estes esforços são cruciais para combater o desperdício alimentar e contribuir para um ambiente mais saudável e sustentável para todos.