Este domingo, 10 de novembro, as Maurícias estão no centro das atenções políticas, com a realização de eleições legislativas antecipadas. Um milhão de eleitores são chamados a escolher 62 dos 70 deputados da Assembleia, sendo os outros 8 nomeados posteriormente. Esta eleição ocorre após a dissolução do Parlamento pelo primeiro-ministro Pravind Jugnauth em outubro passado.
Por um lado, temos Pravind Jugnauth à frente da Aliança Popular, que procura devolver a sua coligação ao poder desde 2017. Por outro, Navin Rangoolam lidera a Aliança para a Mudança, determinado a derrubar a maioria existente. Dois ex-primeiros-ministros disputando o apoio dos eleitores das Maurícias.
A campanha eleitoral foi marcada por reviravoltas, nomeadamente em torno de um caso de escutas telefónicas e de difusão de gravações comprometedoras. Também foram levantadas acusações de manipulação através do uso de inteligência artificial, refletindo uma campanha eleitoral animada e movimentada.
Além das questões políticas, surgiram preocupações mais concretas entre os eleitores, como a insegurança, o combate ao tráfico de drogas e o poder de compra. Estes temas do quotidiano ocuparam um lugar central nos debates, reflectindo as expectativas da população em termos de segurança e qualidade de vida.
A ONG Human Rights Watch manifestou preocupação com a suspensão temporária das redes sociais por parte do governo das Maurícias, apelando a que seja garantido o livre acesso à informação por parte dos cidadãos. A transparência e a liberdade de expressão são pilares democráticos essenciais a preservar, especialmente durante os períodos eleitorais.
Para além das alianças políticas, é um verdadeiro confronto entre duas grandes dinastias políticas das Maurícias que surge durante estas eleições. Pravind Jugnauth e Navin Ramgoolam, respetivos herdeiros de figuras políticas emblemáticas do país, disputam o cargo de Primeiro-Ministro, cada um carregando a sua herança e convicções sobre o futuro da ilha.
Num clima político tenso e incerto, os eleitores das Maurícias têm, portanto, a difícil tarefa de decidir a direcção futura do seu país. Entre tradição e renovação, questões locais e internacionais, estas eleições marcam um momento crucial para o futuro das Maurícias e para a sua democracia em construção.