A tragédia ocorrida perto de Kibumba, no território de Nyiragongo, evidencia uma realidade cruel e dolorosa: os civis são muitas vezes as primeiras vítimas dos conflitos armados. Durante os confrontos entre os rebeldes do M23 e as FARDC, acompanhados por combatentes Wazalendo, agricultores inocentes pagaram o preço elevado.
Os campos, símbolos de trabalho e subsistência para estes pais, transformaram-se em cenas de violência e morte. Estes homens que iam silenciosamente para as suas colheitas ficaram presos numa guerra que não lhes diz respeito. O simples desejo de fornecer comida aos entes queridos tornou-se uma armadilha mortal, orquestrada por facções que procuram poder e controlo.
O comovente relato do relator técnico para a sociedade civil em Nyiragongo, Thierry Gasisiro, revela o horror vivido por estas vítimas inocentes, perseguidas indiscriminadamente. O corpo carbonizado de um morador, atirado num forno de brasas, sublinha a barbárie e a desumanidade destes conflitos que assolam vidas e famílias inteiras.
Para além desta tragédia, a situação em Walikale apenas realça a escala dos combates e da violência que abala a região. Os confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes do M23 mostram a instabilidade permanente que reina nestes territórios marcados por conflitos sem fim.
No entanto, no meio das ruínas e da desolação, levantam-se vozes para apelar à paz e ao fim das hostilidades. O mecanismo reforçado de verificação ad hoc (MVA-R) do processo de Luanda, lançado em Goma, oferece um vislumbre de esperança na escuridão da guerra. A necessidade de observar o cessar-fogo, decretado desde Julho de 2024, é lembrada com firmeza pelo ministro angolano dos Negócios Estrangeiros, Téte Antônio.
Assim, à medida que os combates se intensificam e os civis pagam o preço do conflito, é mais urgente do que nunca encontrar soluções duradouras para pôr fim a esta violência. As vidas perdidas não devem ser em vão; devem levar-nos a agir em conjunto, para construir um futuro mais pacífico e justo para todos.
Em suma, cada tragédia como a de Kibumba deve servir como um lembrete cruel da urgência de trabalhar pela paz e pela estabilidade nesta região assolada por conflitos. Civis inocentes merecem mais do que serem vítimas colaterais de uma guerra que está fora do seu controlo. É hora de agir, de estender a mão e de construir um futuro melhor para todos os habitantes desta região atormentada pela violência e pelo sofrimento.