Os Estados Gerais de Justiça na RDC: Reflexão e Ação para uma Justiça Renovada

Num contexto em que a justiça na República Democrática do Congo (RDC) é descrita como “doente” pelo presidente congolês, surge a questão crucial: Será que a justiça curará? As declarações gerais deste sector, recentemente lançadas em Kinshasa, visam fazer um diagnóstico preciso para implementar medidas correctivas e assim restaurar a credibilidade do sistema judicial congolês. Mas para alcançar uma melhoria real, vários desafios terão de ser superados.

O Presidente Nacional da Ordem dos Advogados, Michel Shebele Makoba, sublinhou que a reforma por si só não constitui a resposta aos problemas que persistem no sector da justiça na RDC. Apelou ao governo para que desempenhe um papel activo na reorganização económica e social do país para permitir uma revisão completa do sistema judicial congolês.

É essencial demonstrar vontade e determinação inabaláveis ​​para estabelecer uma justiça saudável e robusta através de ações concretas. Os actores do sector judicial devem estar plenamente envolvidos na resposta aos desafios que a justiça congolesa enfrenta, lembrando ao mesmo tempo ao Estado o seu dever de reorganização económica, social e estrutural do sistema judiciário, a fim de construir um sistema de justiça sólido para o futuro.

Para além dos actores da justiça, esta reflexão deve também incluir a consulta de diferentes categorias sociais, incluindo os litigantes, que são as primeiras vítimas da disfunção judicial. Os Estados Gerais de Justiça oferecem uma oportunidade de consulta pública aberta a todos, a fim de recolher recomendações para melhorar a qualidade da justiça na RDC.

Espera-se que este trabalho permita diagnosticar com precisão os males de que padece o sistema judicial congolês e propor soluções adequadas para a cura destas doenças crónicas. Nove anos depois dos Estados Gerais de 2015, é tempo de renovar esta reflexão para fazer avançar a justiça na RDC e restaurar a confiança dos cidadãos no seu sistema judicial.

Em suma, os Estados Gerais de Justiça constituem um passo crucial na busca de uma justiça mais equitativa e eficaz na RDC. É imperativo que todas as partes interessadas envolvidas, incluindo os cidadãos, se unam para propor soluções inovadoras e sustentáveis ​​que remediem as disfunções e restaurem a confiança na instituição judicial congolesa.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *