O mistério de “Kataklé”: Em busca do 27º tesouro desaparecido de Abomey

Mergulhe no mundo cativante dos palácios reais de Abomey em busca do misterioso 27º tesouro desaparecido, o “Kataklé”. A sua ausência simbólica revela as cicatrizes da colonização e questiona a restituição dos bens culturais africanos. Uma investigação fascinante liderada por um historiador da arte levanta questões cruciais sobre a preservação da memória colectiva e a valorização do património cultural africano. Uma busca sem precedentes para restaurar a história e a identidade de um povo marcado pelos tormentos do passado.
No fascinante mundo dos palácios reais de Abomey, um mistério persistente paira em torno do 27º tesouro que parece ter desaparecido nas reviravoltas da história. Quando a França regressou ao Benim, há três anos, 26 obras saqueadas pelo Coronel Dodds em 1892, um banco sagrado chamado “Kataklé” não foi encontrado em lado nenhum. Esta peça, símbolo da riqueza cultural e artística do reino, escapou desde então à memória colectiva, dando lugar a um vazio enigmático e misterioso.

A história deste precioso objeto de arte foi revivida graças à iniciativa da historiadora de arte, Marie-Cécile Zinsou, que embarcou numa fascinante busca para encontrar o seu vestígio. A sua determinação em exumar os vestígios do passado e em restabelecer a verdade sobre o património cultural beninense deu origem a uma investigação cativante, mergulhando os ouvintes nos segredos enterrados nos palácios de Abomey.

O “Kataklé”, pela sua notável ausência, encarna muito mais do que uma simples peça que falta entre outros tesouros. Simboliza a resiliência de uma nação face à devastação da colonização e à expropriação dos seus bens culturais. O seu misterioso desaparecimento revela o trabalho inacabado da memória em torno da pilhagem colonial e convida a uma reflexão profunda sobre a restituição de objectos de arte africanos detidos por antigas potências coloniais.

Através da cativante história da investigação sobre o “mistério do 27º tesouro”, os ouvintes mergulham no coração da busca pela preservação da história e da identidade de um povo marcado pelos tormentos da história. Esta exploração dos tesouros perdidos dos palácios de Abomey levanta questões essenciais sobre a preservação da memória colectiva e a reabilitação do património cultural saqueado.

A exposição de “Kataklé” durante uma apresentação de objetos de arte confiscados no Benin revela a importância simbólica desta obra-prima no contexto da restituição de obras saqueadas. A sua ausência realça as lacunas persistentes na recuperação da memória histórica e apela à consciência colectiva da urgência de proteger e promover o rico património cultural de África.

Em suma, a busca por “Kataklé” permanecerá como um lembrete pungente do imperativo de restaurar a África a sua dignidade cultural e artística, restringida por séculos de desapropriação e apagamento. A história deste tesouro desaparecido ressoa como um apelo ao reconhecimento e ao respeito pela herança africana, ancorado numa memória colectiva marcada para sempre pelas cicatrizes do passado.

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