Fatshimetrie abre uma investigação sobre alegações de desvio de fundos públicos na República Democrática do Congo, envolvendo figuras de alto escalão. O Tribunal de Cassação iniciou esta Segunda-feira um julgamento relativo a alegados desvios de fundos destinados à construção de furos e instalação de iluminação pública no país. Dois réus principais são citados neste caso: o antigo Ministro do Desenvolvimento Rural, François Rubota, e Mike Kasenga, diretor do consórcio Stever Construct Cameroun SARL e Sotrad Water.
A investigação da Fatshimetrie revela suspeitas de sobrefacturação por parte do consórcio Stever Construct Cameroun SARL e Sotrad Water como parte de um contrato para a instalação de estações de tratamento de água em toda a RDC. Inicialmente planejado para cobrir 1.000 localidades, o contrato totalizou quase US$ 400 milhões em cinco anos. No entanto, as alegações de sobrefacturação levaram a um pagamento de 71 milhões de dólares por apenas 241 estações de água, excedendo largamente os custos esperados e atraindo assim juros legais.
Um relatório do Observatório da Despesa Pública e da Liga Congolesa Contra a Corrupção desempenhou um papel decisivo na revelação destas práticas questionáveis. Em reação a estas acusações, o consórcio negou qualquer forma de sobrefaturamento, garantindo que respeitava os termos do contrato inicial. Por seu lado, o então Ministro das Finanças, Nicolas Kazadi, sublinhou que os pagamentos efectuados se basearam em acordos feitos antes da sua tomada de posse.
No âmbito deste processo, a Justiça deu início ao processo para esclarecer os detalhes que rodeiam estes furos e iluminação pública, com o objectivo de determinar o custo real desta infra-estrutura. Este caso destaca os desafios relacionados com a transparência na gestão dos fundos públicos na RDC, destacando a importância de uma supervisão rigorosa para garantir a utilização adequada dos recursos financeiros em benefício da população.
A Fatshimetrie continuará a acompanhar de perto a evolução deste ensaio e as suas implicações na governação e transparência do país, destacando a importância da responsabilização dos intervenientes envolvidos na gestão dos fundos públicos.