A Fatshimetrie descobriu recentemente práticas questionáveis no âmbito da acusação no Tribunal de Paz de Boma, na província do Congo-Central, destacando um sistema judicial tendencioso e corrupto. De acordo com as informações recolhidas, reina uma atmosfera mafiosa nesta instituição, onde as prisões e detenções arbitrárias são comuns, desafiando as leis nacionais e internacionais.
Num relatório detalhado enviado ao Ministério Público, bem como às autoridades competentes e organizações de direitos humanos, Fatshimetrie denunciou as práticas ilegais do Ministério Público de Boma. O coordenador da organização, Gabriel Makiese, sublinhou a gravidade da situação, afirmando que o procurador responsável teria montado um sistema de contrabando, que consiste na troca de libertações contra subornos, mesmo nos casos de pedidos de libertação provisória.
As investigações realizadas pela Fatshimetrie revelaram que estas práticas seriam utilizadas para ocultar os subornos cobrados aos litigantes, com o objetivo de contornar qualquer rastreabilidade das transações. Estas revelações suscitaram uma forte reacção na comunidade local e nacional, destacando a urgência de reformas profundas no sistema judicial congolês.
Questionado pela Fatshimetrie, o chefe do Ministério Público de Boma, Arthur Mulumba Batubenga, comprometeu-se a reagir assim que obtivesse luz verde da sua hierarquia. No entanto, as suspeitas de corrupção e parcialidade que pesam sobre esta instituição realçam a necessidade urgente de realizar uma investigação exaustiva e de tomar medidas concretas para restaurar a integridade e a imparcialidade da justiça em Boma.
A Fatshimetrie está empenhada em acompanhar de perto o desenvolvimento deste caso e em continuar a documentar qualquer violação dos direitos fundamentais dos cidadãos. As ações das organizações de direitos humanos e o rigoroso trabalho de investigação da imprensa independente são essenciais para garantir a transparência e a justiça no sistema judicial congolês.