No Haut-Katanga, o aeródromo de Mulonde foi recentemente alvo de uma reabilitação que provocou fortes reacções por parte de diversas organizações não governamentais e membros da sociedade civil da região. Entre eles, Justicia Asbl, o Instituto de Investigação em Direitos Humanos (IRDH) e o Centro de Justiça e Reconciliação manifestaram a sua preocupação com esta reabilitação levada a cabo pelo opositor Moïse Katumbi sem autorização das autoridades da aviação civil.
Segundo estas ONG, esta reabilitação parece ser utilizada como pretexto, até mesmo como abuso de poder, e teria mesmo levado à detenção de um motorista Moïse Katumbi no contexto deste caso. As três organizações publicaram um relatório destacando as condições de detenção deste condutor, denunciando nomeadamente o seu isolamento e a proibição de visitas da sua família e dos seus advogados. Eles recomendaram fortemente a sua libertação ou transferência perante um juiz competente para receber uma defesa justa.
Este relatório também acusa as autoridades de procurarem justificar esta detenção invocando acusações graves, como conspiração ou ataques contra a segurança do Estado. As ONG sublinham, no entanto, que não foram encontrados elementos concretos durante a investigação que apoiassem tais alegações, pondo assim em causa a legitimidade desta detenção.
Além disso, as organizações da sociedade civil recordaram que o aeródromo de Mulonde é um sítio histórico que data de 1959 e que mudou várias vezes de proprietário antes de ser novamente entregue a Moïse Katumbi. Fizeram recomendações às autoridades políticas e de segurança para esclarecer esta questão e garantir direitos e justiça para todas as partes envolvidas.
Em conclusão, este caso do aeródromo de Mulonde revela a complexidade das questões políticas e de segurança na RDC. As ONG apelam à transparência, ao respeito pelos direitos humanos e à justiça para garantir um tratamento justo às pessoas envolvidas. Cabe agora às autoridades competentes tomar medidas concretas para resolver esta questão, respeitando a lei e a justiça.
Num contexto em que as tensões políticas são palpáveis, é essencial garantir um processo judicial justo e equitativo para evitar qualquer abuso de poder e garantir a proteção dos direitos fundamentais de todos. É através do reforço do Estado de direito e da promoção da transparência que a RDC pode esperar avançar para uma sociedade mais justa e pacífica para todos os seus cidadãos.