Fatshimetria
A República Democrática do Congo está mais uma vez envolvida numa turbulência política, desta vez sob o fogo de debates e tensões relacionadas com o anúncio de Félix Tshisekedi de alterar a Constituição. Estes acontecimentos recentes causaram grande entusiasmo dentro da Frente Comum para o Congo (FCC), que reagiu fortemente a esta decisão do presidente congolês.
Numa mensagem intitulada “Não estar preparado para morrer para defender os seus direitos é tornar-se cúmplice do seu carrasco!”, a FCC aponta o dedo às intenções do actual governo, acusando Félix Tshisekedi de tentar estabelecer uma presidência vitalícia através de modificando disposições constitucionais essenciais.
De acordo com a FCC, esta proposta de alteração constitucional poria em risco as conquistas do Consenso Nacional de Sun City, comprometendo assim a democracia e os freios e contrapesos na República Democrática do Congo. Para o coordenador da FCC, Raymond Tshibanda, é imperativo resistir a esta deriva autoritária que ameaça seriamente a unidade e a estabilidade do país.
A reacção da FCC reflecte apenas as divisões e tensões que actualmente abalam a cena política congolesa. Por um lado, o poder em vigor justifica a necessidade de revisão da Constituição para responder às necessidades do momento, enquanto, por outro, a oposição e a sociedade civil denunciam o desejo de se agarrar ao poder em detrimento da vontade popular.
Na verdade, o debate sobre a revisão constitucional divide profundamente o país, destacando as principais questões ligadas à preservação da democracia e do Estado de direito na República Democrática do Congo. Os próximos meses prometem ser cruciais para o futuro político do país e é essencial que os actores políticos e a sociedade civil se envolvam num diálogo construtivo e respeitoso para encontrar soluções inclusivas e duradouras.
Em última análise, são as aspirações e os direitos do povo congolês que devem ser colocados no centro de qualquer decisão política, respeitando simultaneamente a Constituição e os princípios democráticos. O futuro da República Democrática do Congo depende da capacidade dos seus líderes para trabalharem pelo bem comum e garantirem a paz, a justiça e a prosperidade a todos os seus cidadãos.