Fatshimetrie, um olhar sobre a epidemia de Mpox na província do Congo-Central
Há quase dez meses que a província do Congo-Central enfrenta uma preocupante epidemia de Mpox, uma doença viral transmitida por macacos e potencialmente fatal para os humanos. As autoridades de saúde identificaram quatrocentos e cinquenta e sete casos suspeitos, dos quais dezoito foram confirmados. Esta situação alarmante pôs em evidência as lacunas na prevenção e gestão dos riscos associados às doenças zoonóticas nesta região.
De acordo com o boletim epidemiológico recentemente publicado pela Divisão Provincial de Saúde, vinte e cinco zonas sanitárias das trinta e uma do Congo-Central estão afectadas pela epidemia de Mpox. O antigo distrito de Bas-Fleuve parece ser o mais atingido, com treze casos confirmados notificados. O Dr. Bonheur Thsiteku, chefe da Divisão Provincial de Saúde, aponta a floresta do Mayombe como uma fonte potencial de transmissão de doenças, devido às práticas de caça e ao consumo de carne de caça mal cozinhada observada pela população local.
Perante esta situação preocupante, foram implementadas medidas de controlo e sensibilização. A Organização Mundial da Saúde (OMS) forneceu recentemente kits de recolha de amostras laboratoriais às equipas de coordenação provincial para reforçar a vigilância e monitorização dos casos de varíola. Ao mesmo tempo, estão a ser realizadas campanhas de sensibilização comunitária nas zonas de saúde mais afectadas, como Kangu em Lukula.
No entanto, apesar destes esforços, é crucial realçar a importância crítica de educar e sensibilizar as populações locais sobre os riscos associados ao manejo de animais selvagens e ao consumo de carne de caça. O combate a doenças zoonóticas como a Mpox requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo não apenas intervenientes na saúde pública, mas também comunidades locais, autoridades governamentais e agências internacionais.
Em conclusão, o surto de Mpox na província do Congo-Central destaca os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde pública na prevenção e gestão de doenças emergentes. É essencial reforçar a vigilância epidemiológica, melhorar o acesso a cuidados de saúde de qualidade e promover práticas de prevenção eficazes para conter a propagação desta doença e proteger a saúde das populações vulneráveis.