A tragédia inimaginável na província sudanesa de Gezira: apelo urgente à ação internacional

A província de Gezira, no Sudão, está mergulhada no horror de um conflito mortal entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e o exército, após a deserção de um comandante de alta patente. Os ataques da RSF causaram enormes perdas humanas, deslocamentos forçados de populações e relatos de atrocidades. Ted Chaiban, das Nações Unidas, lançou um apelo à acção internacional para esta “crise esquecida” particularmente grave. Há uma necessidade urgente de pôr fim a esta violência sem sentido e de prestar assistência imediata ao povo sofredor do Sudão.
**A tragédia que abala a província de Gezira, no Sudão: um grito de alarme diante do horror**

A província de Gezira, no Sudão, é palco de uma violência sem precedentes que foi recentemente descrita como um massacre pela Conferência de Gezira, uma organização local da sociedade civil. Os combatentes das Forças de Apoio Rápido (RSF) lançaram ataques mortais no norte e no leste da região, semeando o terror e o caos.

Segundo relatos, a RSF atacou uma cidade na localidade de Al-Kamelin, abrindo fogo indiscriminadamente a partir dos edifícios altos da cidade. Pelo menos 50 pessoas perderam a vida e centenas ficaram feridas nos ataques mortais. Na cidade de Tamboul, a norte de Gezira, os combatentes da RSF continuaram a sua carnificina, matando dezenas de civis e deslocando outros milhares.

As motivações para estes ataques parecem estar ligadas à deserção de um comandante de alto escalão da RSF para o acampamento militar. Abu Aqlah Keikel, o líder de facto da província de Gezira, rendeu-se às forças armadas sudanesas no início de Outubro. Keikel é da região de Gezira, o que poderia explicar a vingança implacável da RSF.

Grupos locais denunciam atrocidades cometidas por combatentes da RSF, tais como crimes sexuais, ataques a instalações de saúde e deslocamentos forçados de populações. A situação evoluiu para o que o Sindicato dos Médicos do Sudão chamou de “zona de guerra brutal” no leste de Gezira.

Esta violência ocorre num contexto já frágil, enquanto o Sudão enfrenta uma grave crise humanitária. Mais de 14 milhões de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas devido ao conflito armado que eclodiu em Abril de 2023 entre o exército e a RSF. O país enfrenta níveis emergenciais de insegurança alimentar, que afectam 8,5 milhões de pessoas, com quase 775 mil pessoas enfrentando condições de fome.

Um funcionário das Nações Unidas apelou a uma maior atenção internacional para a “crise esquecida” no Sudão. Ted Chaiban, vice-diretor da UNICEF, destacou a escala da crise humanitária, classificando a situação como uma das mais agudas de que há memória. Apesar dos milhões de pessoas deslocadas e do sofrimento suportado pela população, o Sudão continua largamente ignorado na cena internacional.

A província de Gezira tornou-se palco de uma tragédia inimaginável, uma situação desesperadora que exige acção imediata para acabar com a violência e garantir a protecção de civis inocentes. É imperativo que a comunidade internacional se mobilize para acabar com este ciclo de violência sem sentido e que sejam tomadas medidas concretas para aliviar o sofrimento do povo sudanês.

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