Na turbulência política que abala a República Democrática do Congo, o discurso do Presidente Félix Tshisekedi durante a sua reunião em Kisangani suscitou reacções e debates apaixonados. Os comentários do presidente sobre a necessidade de reformar a Constituição para adaptá-la às realidades congolesas geraram opiniões divergentes na classe política e na sociedade civil.
Félix Tshisekedi manifestou o desejo de criar uma comissão responsável pelo desenvolvimento de uma nova Constituição, argumentando que a actual lei fundamental não respondia às necessidades e aspirações do povo congolês. Esta declaração foi criticada por alguns, como o opositor Moïse Katumbi, que denunciou veementemente qualquer tentativa de modificação da Constituição em vigor. Segundo ele, a Constituição de 2006, aprovada pelo povo, não deve ser posta em causa.
Por outro lado, a coligação Lamuka rejeitou a abordagem de Félix Tshisekedi, sublinhando que a Constituição era um pilar da unidade nacional e não deveria ser modificada unilateralmente. Os membros de Lamuka expressaram preocupação com os motivos do presidente e criticaram o que consideram uma tomada de poder político.
A questão da revisão constitucional na República Democrática do Congo suscita, portanto, debates apaixonados e reacções fortes. Enquanto alguns apoiam a necessidade de reformar a Constituição para melhor responder às expectativas do povo, outros alertam contra quaisquer mudanças que possam pôr em causa os princípios democráticos e a unidade nacional.
Neste contexto complexo, é essencial promover um diálogo aberto e construtivo entre todas as partes interessadas, a fim de encontrar soluções consensuais que respeitem os princípios democráticos. A República Democrática do Congo encontra-se num ponto de viragem na sua história política e a forma como aborda a reforma constitucional terá grandes repercussões no seu futuro democrático e na estabilidade política.