Os administradores dos 145 territórios da República Democrática do Congo chamaram recentemente a atenção para a precariedade das suas condições de trabalho, através de um memorando dirigido ao Presidente da República.
Este documento, transmitido durante a visita do Chefe de Estado à província de Tshopo, destaca as dificuldades enfrentadas por estes responsáveis locais. Há quase dois anos que estes administradores desempenham a sua missão sem qualquer apoio financeiro do Estado congolês, encontrando-se assim numa situação de extrema precariedade. Esta falta de recursos afecta não só o seu próprio bem-estar, mas também o das suas famílias e das respectivas comunidades.
O porta-voz do grupo, Samy Kalonji Badibanga, administrador do território Fizi, sublinhou a urgência da situação, destacando as consequências dramáticas desta falta de apoio financeiro. Casos de morte entre colegas, famílias em grandes dificuldades e crianças cuja educação está comprometida são realidades alarmantes que ilustram a gravidade da situação.
Confrontados com esta observação esmagadora, os administradores decidiram unir as suas vozes e levar as suas queixas directamente ao Chefe de Estado. Este gesto forte evidencia a angústia de uma categoria profissional essencial à boa governação e ao desenvolvimento local. Ao pedirem sensibilização e medidas concretas para remediar esta situação, apelam a uma verdadeira consideração das suas necessidades e ao reconhecimento do seu papel crucial na administração territorial.
Esta acção dos administradores dos 145 territórios da RDC sublinha a importância de apoiar e promover estes actores locais, garantes da estabilidade e da coesão social nos territórios. Esperemos que este grito de alarme atraia a atenção das autoridades e abra caminho a soluções duradouras para melhorar as condições de trabalho destes agentes do Estado, engrenagens verdadeiramente essenciais no bom funcionamento das autarquias locais.