Gestão de veículos sem matrícula apreendidos em Bunia: entre a repressão e a equidade

Gestão de veículos sem matrícula apreendidos em Bunia: entre a repressão e a equidade

Fatshimetrie: O problema dos veículos apreendidos sem matrícula

A questão dos veículos sem matrícula tornou-se uma verdadeira dor de cabeça para muitos proprietários de Bunia, onde mais de uma centena de veículos estão bloqueados na sede da polícia há quase um mês. Esta situação, observada por um repórter da Fatshimetrie, levanta inúmeras questões sobre as medidas tomadas pelas autoridades locais em termos de gestão de infracções rodoviárias.

Assim que são apreendidos, os proprietários são cobrados uma quantia de 10 dólares por dia pela guarda de seus veículos, além de multas transacionais a serem pagas. Um encargo financeiro que pesa fortemente sobre os ombros dos interessados, obrigando-os a pagar somas substanciais simplesmente para recuperar os seus bens.

Esta situação preocupante, no entanto, tem um impacto direto na população local, como destacou Bienvenu Ukec, da ONG Justice Plus. Na verdade, esta política de confisco contribui para empobrecer ainda mais os cidadãos que já são economicamente vulneráveis, piorando assim as condições de vida da comunidade.

O secretário executivo do Justiça Plus apela, por isso, ao comissário provincial da polícia para que reconsidere as medidas aplicadas no âmbito das libras. Segundo ele, é fundamental encontrar um equilíbrio entre a necessidade de punir os infratores e o respeito pela dignidade das pessoas.

Contudo, o ponto de vista do comissário provincial da polícia, General Ngoy Sengelwa Kyo, diverge do da ONG. Para estes últimos, justifica-se a severidade das sanções, chegando ao ponto de afirmar que as multas devem ser dissuasivas para ensinar uma verdadeira lição aos infratores.

Apesar das justificações apresentadas pelas autoridades policiais, muitos proprietários encontram-se hoje num beco sem saída. Os custos associados à recuperação do seu veículo podem muito bem exceder o valor do seu veículo, representando assim um grande dilema financeiro para muitos deles.

Nesta situação delicada, em que os honorários a pagar à polícia parecem desproporcionais aos crimes cometidos, é essencial encontrar um equilíbrio entre a necessidade de fazer cumprir a lei e a protecção dos interesses dos cidadãos. Uma reflexão aprofundada é, portanto, essencial para chegar a soluções mais equitativas e respeitadoras da população local.

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