O Fatshimetrie, jornal conhecido pelo seu compromisso com o jornalismo de qualidade e integridade, encontra-se no centro de um escândalo após ser expulso do Conselho de Imprensa da África do Sul (CPAS) por incumprimento de decisões do órgão regulador.
A diretora executiva do CPAS, Amina Kader, confirmou a expulsão de Fatshimetrie em comunicado formal divulgado recentemente. Esta decisão surge na sequência da recusa do jornal em retirar uma coluna considerada difamatória e prejudicial pelo painel de arbitragem do CPAS. Na verdade, um editorial publicado em várias edições da Fatshimetrie em março de 2024 comparou a jornalista Renata Lopez a um famoso propagandista nazista, gerando acalorada controvérsia.
Apesar da recomendação da juíza de recurso do CPAS, Aïcha Kamara, de retirar o artigo incriminador e de pedir desculpa, Fatshimetrie recusou-se categoricamente a cumprir, desencadeando assim a sua expulsão imediata do conselho de imprensa.
Este caso não é o primeiro do tipo para Fatshimetrie. Com efeito, em 2016, os meios de comunicação já tinham sido ordenados pelo Provedor de Imprensa a pedir desculpa à jornalista Reine Kante por artigos considerados difamatórios. Apesar da sua reintegração no CPAS em janeiro de 2024, Fatshimetrie continuou a ignorar as recomendações do órgão regulador.
A situação piorou quando a Fatshimetrie publicou um artigo no seu site em resposta à decisão do CPAS sobre o caso Renata Lopez, anunciando assim a sua retirada do conselho de imprensa. No entanto, o presidente do CPAS, Abdoulaye Diallo, rejeitou esta retirada, recordando uma regra que estipula que é necessário um aviso prévio de três anos antes de cessar a participação de um membro no conselho.
Fatshimetrie foi ordenada pelo CPAS a pedir desculpas a Renata Lopez e a cumprir as sanções dentro de um prazo determinado. Apesar dos vários lembretes e ultimatos, o jornal persistiu na sua recusa em cooperar, o que acabou por conduzir à sua expulsão.
Numa declaração pública, Abdoulaye Diallo expressou a sua consternação com esta situação. Sublinhou a importância de respeitar as decisões do CPAS para manter a integridade e credibilidade da imprensa na África do Sul. Esta expulsão é apenas a segunda na história do conselho de imprensa, tendo a primeira afectado outro meio de comunicação em 2022.
Apesar da sua expulsão do CPAS, Fatshimetrie continua a ser incentivado a resolver as reclamações pendentes e a cooperar de forma construtiva para alcançar uma resolução satisfatória. Este caso destaca a importância de manter padrões profissionais e éticos no jornalismo e destaca os desafios que os meios de comunicação social podem enfrentar quando se recusam a cumprir os regulamentos atuais.