**Fatshimetrie: Tensões durante a manifestação da oposição em Moçambique**
Em Maputo, a polícia reprimiu violentamente uma manifestação da oposição em Moçambique, na manhã de segunda-feira, no centro da cidade. Quando o líder da oposição e candidato presidencial Venâncio Mondlane falou à imprensa, as forças da lei atacaram a sede da sua campanha com gás lacrimogéneo, forçando o líder da oposição a fugir.
Mondlane convocou uma greve geral, denunciando uma alegada fraude nas eleições gerais que o partido no poder reivindicou como vitória. “A polícia não pode impedir acções que se baseiam nas escolhas dos indivíduos e na vontade colectiva do povo, o que poderia levar à cessação das actividades. Apelamos a todos – funcionários públicos, funcionários públicos, polícias, militares e pessoas do sector privado – participar numa greve geral. Uma segunda fase, mais radical que a primeira, será anunciada em breve”, declarou.
Esta manifestação, proibida pela polícia, ocorreu dois dias depois do assassinato de dois colaboradores próximos do líder da oposição.
As tensões aumentam à medida que se aproxima o anúncio dos resultados finais das eleições gerais, marcadas para 24 de outubro.
Os opositores já contestam os resultados preliminares que declaram Daniel Chapo, o candidato do partido no poder, Frelimo, como vencedor.
Nas ruas, na manhã desta segunda-feira, os manifestantes entoavam slogans como “Salvem Moçambique” e “Este país é nosso”.
Esta manifestação segue-se ao assassinato de dois colaboradores próximos de Venâncio Mondlane: Elvino Dias, advogado de Mondlane, e Paulo Guamba, membro do partido Podemos.
Após a morte de Dias, que preparava um recurso judicial contra uma alegada fraude eleitoral, Mondlane está convencido de que as forças de defesa e segurança moçambicanas são responsáveis pelo duplo homicídio.
Ele disse: “Temos provas. O sangue de dois jovens está agora no chão! Iremos todos às ruas. Iremos manifestar-nos com os nossos cartazes.”
Este assassinato levanta preocupações entre os observadores sobre um possível aumento da violência no país.
Na manhã de segunda-feira, a União Europeia expressou preocupação com a “dispersão violenta” do protesto.
Na véspera, o escritor Mia Couto sublinhou que a resolução da crise não seria alcançada “através de motins ou de repressão policial”.
Moçambique sofreu vários assassinatos durante períodos eleitorais, incluindo o de um observador em 2019 e de um jornalista em 2023, mas esta é a primeira vez que representantes de partidos políticos são alvo de ataques.