Num contexto político turbulento no Quénia, o Presidente William Ruto nomeou recentemente um dos seus ministros, Kithuri Kindiki, como o novo vice-presidente, substituindo Rigathi Gachagua, destituído na sequência de um impeachment histórico. Esta nomeação marca um importante ponto de viragem no cenário político queniano e despertou grande interesse entre a população.
Kithuri Kindiki, um acadêmico de 52 anos que se tornou uma figura política proeminente, foi visto como um dos favoritos para o cargo crucial depois que o Senado votou pelo impeachment de Gachagua. O impeachment captou a atenção nacional, sendo o Quénia amplamente visto como uma democracia estável numa região conturbada.
A velocidade dos acontecimentos continuou na sexta-feira com o anúncio da nomeação de Kindiki pelo Presidente Ruto, apelando aos parlamentares para prosseguirem com a votação para confirmar a sua nomeação. Kindiki, que serviu como ministro do Interior durante mais de dois anos, foi, no entanto, criticado pela sua alegada forma de lidar com a brutalidade policial durante os protestos por vezes mortais que eclodiram no Quénia este ano.
O impeachment de Gachagua, companheiro de chapa de Ruto nas eleições de 2022, é histórico, tornando-o o primeiro vice-presidente a sofrer impeachment desde que o processo foi introduzido na constituição revisada de 2010. Sua ausência durante a votação crucial no Senado, tendo sido hospitalizado com urgência, criou. uma atmosfera caótica e incerta dentro da assembleia.
Os jornais quenianos cobriram extensivamente este acontecimento, destacando a queda de Gachagua e chamando a situação de “noite das facas longas” que selou o seu destino. As tensões entre Gachagua e Ruto, outrora parceiros políticos, atingiram um nível febril, com alegações de apoio a protestos antigovernamentais e uma deterioração nas suas relações.
Apesar do seu impeachment, Gachagua mantém a opção de contestar a decisão em tribunal, embora as suas tentativas anteriores de bloquear o processo tenham falhado antes da votação no Senado. A sua demissão por “violações graves” da Constituição, incluindo acusações de ameaças contra juízes e práticas políticas etnicamente divisivas, marca uma nova era política no Quénia.
Neste ambiente político tumultuado, a nomeação de Kithuri Kindiki como novo vice-presidente traz um novo elemento a observar no país. A sua experiência como ministro do Interior será posta à prova, à medida que as consequências do impeachment de Gachagua continuarem a repercutir no cenário político queniano. O Quénia encontra-se num ponto de viragem crucial na sua história política e só o tempo dirá quais serão as repercussões e consequências para o povo queniano.