Fatshimétrie, 14 de Outubro de 2024 – A situação alimentar no território de Shabunda, localizado no Kivu do Sul, na República Democrática do Congo, enfrenta uma crise sem precedentes com um aumento nos preços dos bens de primeira necessidade. Este aumento vertiginoso, alarmante para os habitantes da região, foi sublinhado por Dada Sanganyi, coordenadora de uma organização de ajuda à saúde dedicada à promoção e protecção de mulheres e crianças vítimas de violência de género nas zonas rurais.
Os números são eloquentes e preocupantes: um simples copo de arroz custa hoje 1.500 FC, uma tigela de beringela chega ao preço exorbitante de 60.000 FC, uma saqueta de sal de cozinha custa 3.000 FC, uma garrafa de cerveja Primus (72 cl) está a 15.000 FC e uma barra de sabonete Tower voam a 15.000 FC. Estes aumentos repentinos pesam fortemente sobre os orçamentos familiares, já enfraquecidos pelas condições económicas precárias.
As razões para esta inflação galopante dos preços dos alimentos em Shabunda são múltiplas. Em primeiro lugar, o isolamento do território, devido à dilapidação das vias de comunicação ou à sua total ausência, dificulta o abastecimento de bens de primeira necessidade. A ausência de actividades agro-pastoris eficazes agrava o problema ao reduzir o abastecimento alimentar local, levando ao risco de desnutrição entre a população.
Perante esta crise alimentar que assume proporções preocupantes, é feito um apelo às autoridades congolesas para que implementem medidas concretas destinadas a abrir rapidamente Shabunda. Actualmente acessível principalmente por via aérea ou por meio de transporte de pequena capacidade, o território necessita urgentemente de ser ligado ao resto do país, a fim de facilitar a entrega de bens alimentares e estabilizar os preços.
É essencial que sejam tomadas medidas concretas para responder a esta situação preocupante e para garantir que os habitantes de Shabunda tenham acesso a alimentos saudáveis e acessíveis. A cooperação entre as autoridades locais e nacionais, as organizações humanitárias e a comunidade internacional é essencial para enfrentar esta crise alimentar e evitar uma deterioração ainda mais grave da situação.