A bengala branca: um luxo inacessível para pessoas cegas na RDC

A bengala branca, um símbolo de autonomia para pessoas cegas e com deficiência visual, infelizmente continua a ser um luxo inacessível para muitas pessoas na República Democrática do Congo. Neste Dia Mundial da Bengala Branca comemorado a 15 de outubro, a constatação é contundente: esta ferramenta essencial para a mobilidade e segurança das pessoas com deficiência visual não beneficia de subsídio mensal, tornando a sua aquisição inacessível a muitas famílias.

Jacques Sambeya, coordenador da associação sem fins lucrativos Cri de Bartimée, destaca esta realidade preocupante. Segundo ele, a bengala branca, especialmente o modelo canadiano de alta qualidade, continua a ser um artigo de luxo inacessível para muitas pessoas nas regiões remotas da RDC, especialmente na área de Kivu. Esta observação põe em causa a falta de apoio financeiro e de iniciativas governamentais destinadas a facilitar o acesso a esta ferramenta essencial para pessoas com deficiência visual.

Na verdade, a bengala branca vai muito além de um simples acessório. Representa uma verdadeira garantia de segurança e identificação das pessoas com deficiência visual, permitindo-lhes circular de forma independente e sinalizando a sua condição aos restantes utilizadores dos espaços públicos. Imaginemos por um momento a liberdade que estes indivíduos encontrariam se tivessem um subsídio mensal ou um abono de invalidez que lhes permitisse adquirir esta ferramenta essencial no seu dia a dia.

É inegável que a implementação de medidas concretas e adaptadas é necessária para garantir a igualdade de oportunidades e a inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade congolesa. Ao apoiar o acesso à bengala branca, o governo e as associações poderão contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida destes indivíduos e a sua plena participação na vida social e profissional.

Neste dia dedicado à sensibilização para a situação das pessoas com deficiência visual, é fundamental lembrar que a autonomia e a dignidade de cada pessoa devem ser prioridades absolutas. Proporcionar acesso equitativo a ferramentas de mobilidade e identificação, como a bengala branca, é um primeiro passo crucial para uma sociedade mais inclusiva e solidária para todos os seus cidadãos.

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