Marcha da juventude congolesa pela saída da RDC da Francofonia

Marcha pacífica de jovens congoleses pela retirada da RDC da Francofonia em 2024

No início de Outubro de 2024, a cena política na República Democrática do Congo é marcada por uma mobilização sem precedentes da juventude congolesa. A pedido do presidente do Conselho Nacional da Juventude (Cnj), William Mukambila, jovens de todo o país são convidados a participar numa marcha pacífica na terça-feira, 15 de outubro. O objectivo desta manifestação é claro: exigir a saída da RDC da Organização Internacional da Francofonia (OIF).

Esta decisão surge na sequência da recente Cimeira da Francofonia em Paris, onde o Presidente Emmanuel Macron não mencionou a situação preocupante no leste da RDC. Para os jovens congoleses, este silêncio é visto como uma forma de cumplicidade com a agressão ruandesa em solo congolês e de reconhecimento do genocídio congolês. Vêem nesta atitude uma traição à solidariedade francófona e uma falta de respeito para com o povo congolês.

A marcha, que terá início no Palais du Peuple, em Kinshasa, simboliza a unidade e a determinação da juventude congolesa em fazer ouvir a sua voz. Ao submeter memorandos à embaixada francesa na RDC e ao Gabinete do Primeiro-Ministro, os manifestantes expressarão a sua indignação e a sua exigência para que a RDC se retire da OIF. Esta iniciativa visa lembrar ao governo congolês a importância de defender os interesses da população congolesa e de proteger a soberania do país.

O boicote do presidente congolês durante o segundo dia da Cimeira da Francofonia em Paris já marcou uma primeira reacção forte ao esquecimento da situação de conflito no leste da RDC. A omissão deste tema crucial foi vista como um erro grave por parte do presidente francês, acentuando o sentimento de injustiça e desprezo para com a RDC.

Esta mobilização dos jovens congoleses para a saída da RDC da Francofonia sublinha a importância da solidariedade e da coesão nacional. Recorda também o compromisso das gerações mais jovens na defesa dos valores da dignidade, da justiça e do respeito pela soberania nacional. Ao participar nesta marcha pacífica, os jovens afirmam-se como atores empenhados na construção de um futuro melhor para o seu país.

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