A figura lendária da música congolesa, Luambo Makiadi, conhecido como Franco, continua a marcar mentes e corações, mesmo 35 anos após a sua morte. Especialista indiscutível na rumba congolesa moderna, Franco deixou um legado musical inestimável e intemporal, mas a sua comemoração pareceu recentemente mergulhada na indiferença geral, uma observação dolorosa destacada pelos observadores.
Franco foi muito mais do que um artista talentoso, foi um verdadeiro pintor da sociedade congolesa, captando com delicadeza e profundidade as realidades e emoções de todo um povo através da sua música. Pioneiro do estilo rumba odemba, soube combinar com ousadia as tradições musicais congolesas com influências modernas, criando assim uma sonoridade única e emblemática, que ainda hoje ressoa no coração dos amantes da música.
Através de canções atemporais como “Ya Luna Umbanzila”, “Kinsiona”, “Mamou”, Franco abordou sutilmente os problemas sociais de sua época, tornando-o não apenas um grande músico, mas também um verdadeiro cronista de sua época. Suas palavras trouxeram uma mensagem educativa e consciente, convidando todos a refletir sobre os problemas que a sociedade enfrenta e a agir por um mundo melhor.
Nascido em Sona-bata em 1938, Franco iniciou a sua carreira musical muito jovem, no grupo “Watam”, antes de ingressar na lendária orquestra “OK Jazz” onde deixou uma marca indelével. O seu génio musical exprimiu-se através da sua sexta guitarra, uma técnica única que dominou com perfeição, tornando-o um verdadeiro ícone da música congolesa.
A sua morte em 1989 deixou um grande vazio no mundo da música africana, mas o seu legado musical continua a viver através de gerações, inspirando muitos artistas a perpetuar o seu trabalho e o seu compromisso com a cultura congolesa.
Assim, celebrar a memória de Franco Luambo Makiadi não deve limitar-se a uma simples comemoração, mas ser uma oportunidade para renovar o nosso compromisso de preservação e promoção do património musical e cultural que ele nos legou. Ao honrar a sua memória, honramos também a riqueza e a diversidade da música congolesa, uma herança a ser valorizada e transmitida às gerações futuras.