O futuro incerto do Hezbollah no Líbano: entre a resiliência e a pressão política

Num contexto de tensões acrescidas no Médio Oriente, a ofensiva levada a cabo pelo exército israelita no Líbano e as suas repercussões no Hezbollah causaram ondas de choque à escala regional. A eliminação do líder supremo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, bem como a decapitação quase total do seu comando, infligiu um sério revés ao movimento xiita.

No entanto, apesar destes duros golpes, o Hezbollah consegue manter um domínio inegável na cena política libanesa. A sua posição dominante, tanto militar como politicamente, mantém-no numa posição influente dentro do país do Cedro, apesar da crise económica e social que assola.

Segundo os especialistas, o enfraquecimento militar do Hezbollah não significa automaticamente um declínio político. Com efeito, o partido xiita, além do seu arsenal militar, também tem uma forte representação parlamentar, com cerca de trinta deputados aliados, e uma capacidade de bloquear grandes eventos políticos como a eleição de um Presidente da República.

Contudo, vozes discordantes começam a ser ouvidas no Líbano, a favor do regresso à soberania do Estado e do desejo de romper com a influência do Hezbollah. Apelos a um cessar-fogo e ao envio do exército libanês para o sul do país foram lançados por várias figuras políticas, demonstrando o desejo de restaurar a estabilidade e a ordem institucional.

Assim, apesar da resiliência do Hezbollah, estão a surgir caminhos para um possível reequilíbrio político no Líbano. A necessidade de regressar ao domínio do Estado e garantir a segurança e a estabilidade do país surge como uma prioridade para muitos actores políticos locais, enquanto a situação permanece incerta relativamente ao futuro do Hezbollah e à sua influência na região.

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