Fatshimetria
Uma agitação inusitada abalou as ruas de Kinshasa nesta segunda-feira, 30 de setembro de 2024, enquanto os mototaxistas, apelidados de “wewa”, decidiram observar uma greve. Esta decisão levou ao caos parcial na capital, com muitos cidadãos a verem-se sem uma solução de transporte para chegar ao seu trabalho.
O cenário era particularmente caótico nas habituais paragens de moto-táxi, onde se aglomeravam multidões de Kinshasa, desesperadas pela falta deste meio de transporte rápido e prático. Esta súbita indisponibilidade obrigou muitas pessoas, incluindo estudantes que frequentavam escolas na cidade, a optarem pela caminhada como único meio de transporte.
Contudo, apesar deste contexto de greve, as ruas do centro de Kinshasa estavam estranhamente animadas pela presença de mototaxistas que circulavam livremente. Uma situação que deu origem a cenas contrastantes, evidenciando a perturbação provocada pela paralisação laboral do “wewa”.
Os grevistas, por sua vez, manifestaram-se fartos do assédio incessante e das detenções arbitrárias de que dizem ser vítimas por parte da polícia e de agentes do Ministério dos Transportes da cidade. Um dos mototaxistas em greve declarou: “Decidimos não trabalhar hoje. Já estamos fartos de fiscalizações policiais abusivas e prisões infundadas. tem um impacto negativo sobre nós.”
Perante esta situação, as autoridades reagiram destacando elementos da polícia nacional congolesa em certas comunas da cidade para prender todos os mototaxistas que perturbam a ordem pública. Uma medida que visa restaurar uma aparência de normalidade nas ruas de Kinshasa, mas que corre o risco de cristalizar ainda mais as tensões entre os motoristas da wewa e a polícia.
Esta greve dos mototaxistas em Kinshasa, em 30 de setembro de 2024, levanta mais uma vez a questão das difíceis condições de trabalho e das pressões sofridas por estes trabalhadores rodoviários. Esperemos que possam ser encontradas soluções duradouras para aliviar as tensões e garantir um serviço de transporte eficiente e seguro para todos os residentes da capital congolesa.