Num país tão diverso como a Nigéria, regiões como o Middle-Belt distinguem-se não só pela sua geografia, mas também pelas suas identidades culturais e históricas únicas. A Coligação de Organizações Étnicas Indígenas da Faixa Média (CIMBO) apelou recentemente ao Presidente Bola Ahmed Tinubu para reconhecer esta região e abordar as suas preocupações de longa data.
O Presidente da CIMBO, Timothy B. Gandu, enfatizou que o Cinturão Médio não deveria ser visto simplesmente como uma área geográfica, mas como uma entidade com história e cultura próprias. Desde a independência da Nigéria, a região do Cinturão Médio tem enfrentado persistente dominação interna, exploração e marginalização. O relatório da Comissão de Minorias do governo britânico de 1958 recomendou a concessão de autonomia ao Cinturão Médio, mas esta recomendação foi rejeitada devido ao conluio entre o Congresso do Povo do Norte e o governo britânico.
As demandas atuais da região incluem a ativação do relatório da Conferência Nacional de 2014, que apelou à criação de oito estados no Cinturão Médio, ao reconhecimento do Cinturão Médio como uma região distinta, separada do Norte da Nigéria, maior voz e representação no país. estrutura política e a elaboração de uma nova constituição por todos os nigerianos, com participação através de um referendo.
Gandu usou exemplos como o da Índia e da antiga URSS para destacar a possibilidade de gerir diversas populações e regiões. Ele também destacou o compromisso do Cinturão Médio com a unidade da Nigéria e o seu desejo de autonomia. A coligação rejeita o actual sistema de zoneamento e defende uma estrutura de governação mais inclusiva e representativa. Com mais de 400 nacionalidades étnicas e 40 milhões de pessoas, a região do Cinturão Médio exige reconhecimento e autonomia.
O apelo da CIMBO a um maior reconhecimento e autonomia para o Cinturão Médio destaca as aspirações legítimas desta região de fazer ouvir a sua voz e desempenhar um papel significativo na vida política da Nigéria. É crucial que o governo e os líderes nacionais tenham em conta estas exigências legítimas e trabalhem para dar resposta às preocupações do povo da Cintura Média. O futuro da Nigéria como nação unida e próspera depende da sua capacidade de integrar e valorizar a sua diversidade regional, assegurando ao mesmo tempo a igualdade, a representação e a justiça para todos os seus cidadãos.