No centro dos desafios da imprensa na República Democrática do Congo, revela-se um panorama complexo entre avanços significativos e desafios persistentes. Através do recente trabalho “Quadro jurídico dos meios de comunicação social na República Democrática do Congo: conquistas e desafios futuros” do Paciente Ligodi, eminente jornalista com 21 anos de experiência, é feito um diagnóstico aprofundado da realidade do sector dos meios de comunicação social neste País africano.
Publicado sob os holofotes em Kinshasa e apresentado pelo Ministro da Justiça Constant Mutamba, este livro incorpora uma busca para divulgar o progresso nos direitos dos jornalistas, ao mesmo tempo que identifica os obstáculos a superar para impulsionar o ecossistema mediático. Ligodi pretende assim sensibilizar os jornalistas e o público para os direitos de acesso à informação pública, com o objectivo de estabelecer uma imprensa que garanta o Estado de direito e a responsabilização.
O autor sublinha a importância crucial da União Nacional de Imprensa do Congo (UNPC) no processo de regulação e auto-regulação dos meios de comunicação social na RDC. No alvorecer de um novo Comité Diretor do UNPC e de legislação que consagra a auto-regulação dos meios de comunicação social, o desafio de reforçar os critérios de acesso à profissão jornalística e de controlar eficazmente os conteúdos transmitidos é iminente.
Ligodi convida a um diálogo construtivo entre profissionais, instituições e organizações profissionais para construir um ambiente mediático propício à emergência do Estado de direito. Neste dia internacional do acesso universal à informação, o lugar das ONG e dos intervenientes da sociedade civil é essencial no apoio a estes desenvolvimentos.
No entanto, apesar destes avanços notáveis, os desafios persistem, como sublinhou Gérard Kamanda Wa Kamanda, novo Presidente da UNPC. A prática do jornalismo na RDC continua repleta de armadilhas, como observou Thivis Thivuadi da ONG “Jornalista em Perigo”. Os acontecimentos atuais destacam áreas cinzentas persistentes e a necessidade de vigilância constante para proteger a liberdade de informação e garantir um jornalismo ético e responsável.
Nesta perspectiva, o apoio das autoridades judiciais e dos actores políticos como Constant Mutamba revela-se essencial para preservar a integridade da profissão jornalística. A construção de um quadro jurídico sólido e de uma cultura de transparência pesará na balança para estabelecer uma quarta potência forte e independente na RDC.
Em última análise, o trabalho seminal do Paciente Ligodi ressoa como um apelo à acção colectiva para aumentar a sensibilização, promover boas práticas e construir um jornalismo empenhado para consolidar os alicerces de uma sociedade democrática e esclarecida.