O emir de Kano Muhammad Sanusi II e o ex-presidente Goodluck Jonathan se envolveram em uma troca franca e bem-humorada em um evento recente, esclarecendo as circunstâncias que cercam a suspensão de Sanusi como governador do Banco Central da Nigéria. O monarca, conhecido por sua natureza franca, informou com humor a Jonathan que ele foi efetivamente “construtivamente demitido” de sua posição, refutando a alegação do ex-presidente de que ele foi meramente suspenso por uma investigação sobre supostos fundos desaparecidos.
O diálogo entre essas figuras proeminentes se desenrolou durante o lançamento de um livro intitulado “Public Policy and Agents’ Interests: Perspectives From The Emerging World”, coautorado por Sanusi e Dr. Shamshudeen Usman, que atuou como Ministro do Planejamento sob a administração de Jonathan.
Jonathan havia rejeitado anteriormente as alegações de Sanusi de que ele foi removido da função de liderança do CBN em retaliação por expor a corrupção dentro do governo. No entanto, Sanusi, em sua maneira direta característica, manteve-se firme ao afirmar que ele foi de fato demitido por Jonathan. Apesar dessa revelação, ele expressou seu respeito contínuo pelo ex-presidente e alegou não guardar rancor.
Durante o evento, Sanusi também destacou os desafios enfrentados pela Refinaria de Dangote, enfatizando as oportunidades perdidas para a Nigéria se beneficiar do fim da importação de combustível devido a interesses adquiridos que obstruem o progresso da refinaria privada.
Em um contexto mais amplo, o monarca criticou a cultura predominante de corrupção e interesse próprio na política nigeriana, apontando que sucessivas administrações frequentemente priorizaram o ganho pessoal em detrimento do bem-estar da nação. Ele lamentou a captura do estado por indivíduos que buscam explorar seus recursos para enriquecimento pessoal, em vez de se concentrar no desenvolvimento e progresso do país.
Sanusi elogiou a integridade e dedicação do Dr. Shamshudeen Usman ao serviço público, observando com satisfação que, apesar de seu longo mandato como funcionário público, Usman nunca foi convocado pela Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC) para investigação. Esta observação ressaltou a importância da liderança ética e da responsabilidade na governança, valores que Sanusi defendeu consistentemente ao longo de sua carreira.
Em conclusão, a troca entre o Emir de Kano e Goodluck Jonathan forneceu um raro vislumbre da dinâmica de poder e responsabilidade na política nigeriana, destacando os desafios de combater a corrupção e promover a transparência em cargos públicos. O diálogo deles serviu como um lembrete da necessidade de os líderes priorizarem os interesses da nação acima do ganho pessoal, fomentando uma cultura de integridade e responsabilidade pelo bem comum.