Risco de colapso da Barragem Renascentista na Etiópia: uma ameaça iminente para o Sudão

A recente revelação do professor de detecção remota e ciências dos sistemas terrestres na Universidade Chapman, nos Estados Unidos, Hesham al-Askary, relativa à detecção de uma anomalia preocupante na Barragem da Renascença, na Etiópia, põe fortemente em causa os riscos potenciais que o Sudão enfrenta.

De acordo com observações de satélite, foram observadas deformações verticais em ambos os lados da barragem, pondo em perigo a sua estabilidade e aumentando o receio de um colapso iminente.

Esta deformação poderá, de facto, levar à ruptura da barragem, com consequências desastrosas para o Sudão. O Professor al-Askary sublinhou que se a barragem falhar, as quantidades de água libertadas seriam colossais e as barragens sudanesas não seriam capazes de resistir.

Destacando as crescentes tensões entre o Cairo e Adis Abeba após o fracasso das negociações sobre as águas do Nilo em conexão com o projeto GERD, o ministro egípcio das Relações Exteriores, Badr Abdel-Aati, foi claro: sem tolerância, não. Não serão feitas concessões em relação à água do Nilo, uma questão crucial para a segurança nacional egípcia.

Lembrou que cada gota de água do Nilo é preciosa e não deve ser desperdiçada, porque os recursos actuais não são suficientes para o Egipto.

Numa carta dirigida ao Presidente do Conselho de Segurança da ONU em Setembro, Abdel-Aati expressou a rejeição categórica do Egipto às declarações do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, relativamente à quinta fase de enchimento da Barragem da Renascença.

O Egipto denuncia assim as políticas unilaterais da Etiópia que desprezam o direito internacional e violam os princípios da Declaração de Princípios, bem como a declaração presidencial do Conselho de Segurança de 15 de Setembro de 2021.

Ele sublinhou que, ao tentar legitimar as suas políticas unilaterais, escondendo-se atrás de exigências infundadas baseadas no direito das pessoas ao desenvolvimento, a Etiópia ameaça o equilíbrio regional e põe em perigo a segurança e a estabilidade da região.

Esta situação suscita grandes preocupações sobre o futuro das negociações sobre as águas do Nilo e o envolvimento da comunidade internacional na resolução desta crise que é de suma importância para a estabilidade de toda a região.

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