Num contexto internacional marcado por grandes questões geopolíticas, África prossegue a sua ambição legítima de obter um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Uma perspectiva que, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, merece um apoio sincero e empenhado.
Falando aos meios de comunicação russos na véspera da Assembleia Geral das Nações Unidas, Lavrov afirmou que a exigência de África de um assento permanente neste órgão dirigente da ONU era perfeitamente legítima. Esta manifestação de apoio da Rússia marca um passo significativo no reconhecimento das aspirações africanas de uma representação justa e equitativa nos órgãos de decisão da comunidade internacional.
Na verdade, a adesão de África ao Conselho de Segurança das Nações Unidas não só fortaleceria a sua voz e a dos países em desenvolvimento na cena mundial, mas também contribuiria para uma representação mais diversificada e equilibrada neste órgão crucial. Esta abordagem faz parte de um movimento mais amplo que tende a promover uma governação internacional mais inclusiva e democrática, capaz de responder aos desafios complexos e transnacionais do século XXI.
Deve-se notar que esta abordagem de África com vista a uma maior representação no Conselho de Segurança das Nações Unidas é o resultado de um consenso regional expresso em 2005. Os líderes africanos expressaram então claramente o seu desejo de participar de forma plena e justa na tomada de decisões dentro do organização mundial, de forma transparente e democrática.
No entanto, apesar deste desejo afirmado e partilhado, a concretização desta ambição ainda enfrenta resistências, em particular por parte dos actuais membros permanentes do Conselho de Segurança. Esta situação realça a necessidade de uma mobilização contínua e de um diálogo construtivo para fazer avançar esta causa legítima e essencial para a representatividade e legitimidade das decisões tomadas a nível global.
Em conclusão, o apoio da Rússia à candidatura de África a um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas constitui um passo significativo no sentido de uma governação internacional mais equitativa e inclusiva. Cabe agora a toda a comunidade internacional aproveitar esta oportunidade para reforçar a legitimidade e eficácia do sistema multilateral, num espírito de cooperação e solidariedade.