Fatshimetrie, artigo de 25 de setembro de 2024 – A noção de “100 dias” para avaliar a eficácia de um novo chefe de governo é uma tradição que surgiu nos Estados Unidos com o presidente Franklin D. Roosevelt, depois adotada na França e em outros países. outros países. Supõe-se que este período inicial demonstre a capacidade de um líder para agir de forma rápida e eficaz para atender às expectativas da população.
No entanto, esta prática levanta questões sobre a sua relevância e aplicabilidade universal. Enquanto alguns líderes concordaram, outros questionaram a necessidade de cumprir este prazo arbitrário. Presidentes como François Hollande e Emmanuel Macron em França, ou Barack Obama e John F. Kennedy nos Estados Unidos, destacaram a complexidade das questões que enfrentavam e alertaram contra julgamentos precipitados com base nos primeiros meses do seu mandato.
Na República Democrática do Congo, esta prática também ganhou terreno, suscitando debate e análise entre os actores políticos e especialistas em avaliação. Alguns aproveitaram esta noção de “100 dias” para avaliar o governo em vigor, procurando medir a sua proactividade e eficácia. Contudo, num país com múltiplos desafios e questões complexas, esta abordagem pode parecer simplista e não ter em conta a realidade no terreno.
É fundamental considerar o contexto específico de cada país e evitar generalizações precipitadas baseadas em tradições importadas. Em vez de nos concentrarmos num período artificial de 100 dias, é apropriado avaliar a acção de um governo ao longo do tempo, tendo em conta os desafios estruturais e os progressos concretos alcançados.
Em última análise, a noção de “100 dias” pode ser um indicador interessante, mas não deve ser o único critério de avaliação de um gestor. Uma abordagem mais matizada e global, tendo em conta as especificidades de cada contexto, é essencial para avaliar o sucesso de uma política governamental. É tempo de ultrapassar os clichés e adoptar uma visão mais realista e pragmática da acção política.