O recente encerramento da Unidade 1 da central nuclear de Koeberg, na África do Sul, levantou preocupações e reacendeu o debate sobre o futuro da energia nuclear no país. Este acontecimento inesperado deu alimento aos activistas ambientais que se opõem à adição de novas centrais nucleares ao cabaz energético sul-africano.
Segundo a Eskom, o encerramento da Unidade 1 em 11 de setembro teve como objetivo restaurar a redundância do sistema de alívio de pressão de vapor, após a falha de uma válvula de isolamento durante um teste de rotina trimestral. Esta interrupção, embora gerida de forma segura, renovou as preocupações sobre a fiabilidade da infraestrutura nuclear envelhecida.
A Koeberg Alert Alliance, um grupo de organizações que se opõe à extensão da vida útil da central e à construção de novas instalações nucleares, manifestou preocupações sobre a sustentabilidade da dependência da energia nuclear. De acordo com Lydia Petersen, porta-voz da aliança, esta interrupção levanta questões cruciais sobre a capacidade da infraestrutura nuclear envelhecida garantir uma operação segura a longo prazo.
A controvérsia sobre a energia nuclear na África do Sul persiste apesar das tentativas do Ministro da Electricidade e Energia, Kgosientsho Ramokgopa, de defender o desenvolvimento da capacidade nuclear como uma transição para energias renováveis mais limpas. Os opositores, incluindo grupos ambientalistas e peritos académicos, questionam a viabilidade económica e a relevância da nova construção nuclear num contexto em que as energias renováveis, como a solar e a eólica, oferecem alternativas mais competitivas.
A recente prorrogação da licença da Unidade 1 de Koeberg, que ocorreu poucos dias antes do seu fim de vida previsto, foi criticada pela sua falta de transparência e pelos riscos potenciais que acarreta. Os custos associados à construção de novas centrais nucleares, bem como os atrasos e incertezas inerentes a estes projetos, levam-nos a refletir sobre a relevância de enveredar por este caminho.
Apesar das garantias da Eskom de que os protocolos de segurança foram seguidos durante o encerramento da Unidade 1 de Koeberg, a necessidade de relatórios transparentes de eventos e decisões relacionadas com a energia nuclear é destacada por especialistas do sector.
Em suma, esta recente interrupção na central eléctrica de Koeberg destaca os desafios e dilemas que a África do Sul enfrenta na sua transição energética. Enquanto os defensores da energia nuclear destacam a sua fiabilidade e contribuição para a segurança energética, os críticos destacam os riscos, os custos elevados e as alternativas mais sustentáveis oferecidas pelas energias renováveis. O debate está aberto e a escolha da África do Sul em termos de energia