“Morte em ação”: quando o teatro se torna arma de resistência

Fatshimetrie, 22 de setembro de 2024. A cena artística de Kinshasa foi animada este sábado pela apresentação da cativante peça teatral “Morte em Exercício” da talentosa artista Malafi Niamba. Este espetáculo, que decorreu no espaço “Mwindeurs”, no município de N’djili, despertou o entusiasmo do público e abriu horizontes para a liberdade de expressão artística.

Malafi Niamba, actor principal e realizador da peça, sublinhou a importância da arte como meio de expressão e denúncia das injustiças sociais. Através de ”Morte em Exercício”, o artista procura sensibilizar o público para as leis relacionadas com o setor cultural e artístico, ao mesmo tempo que destaca as dificuldades encontradas pelos artistas no exercício da sua profissão.

O próprio título da peça, “Morte em Exercício”, carrega um significado profundo segundo Malafi Niamba. Evoca o facto de morrer em pleno serviço, de sacrificar a vida pelas próprias convicções ou de sofrer as consequências do seu empenho artístico. O artista reflete assim sobre a sua experiência pessoal de condenação e encarceramento injustos que marcou a sua carreira e reforçou a sua determinação em defender a liberdade de expressão.

Ao nível do palco, “Mort en exercite” destaca-se pela sua inovadora forma de espetáculo individual. Malafi Niamba apresenta uma história comovente que mistura comédia e drama, proporcionando ao público uma experiência envolvente e emocional. Os seus trajes, aliando tradição e modernidade, simbolizam a dualidade da sociedade contemporânea e a riqueza da expressão artística.

Ao optar por encenar esta peça no espaço cultural de “Mwindeurs” em Kinshasa, Malafi Niamba insere-se numa abordagem activista para a promoção da cultura e a emancipação de jovens artistas. Esta criação teatral, apresentada no âmbito do 4º aniversário da Casa Cultural, marca o início de uma nova temporada de atividades artísticas e culturais neste emblemático local.

Concluindo, “Morte em Exercício” é muito mais do que uma simples peça teatral; é um grito de alarme, um apelo à resistência e à criatividade face às ameaças à liberdade de expressão artística. Malafi Niamba, através do seu talento e empenho, lembra-nos a importância da arte como vetor de mudança e justiça social. Este espetáculo, pela sua força e sinceridade, permanecerá gravado nas memórias e continuará a inspirar as gerações futuras na sua luta por um mundo mais justo e livre.

Assim, “Mort en exercite” de Malafi Niamba marca um ponto de viragem na paisagem artística congolesa e testemunha a vitalidade e relevância da cena cultural de Kinshasa.

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