As recentes tragédias de acidentes de barco na Nigéria realçaram uma realidade alarmante: a segurança das vias navegáveis do país deixa muito a desejar. A perda de vidas na sequência dos naufrágios nos estados de Zamfara e Bayelsa são lembretes comoventes da situação preocupante que a Nigéria enfrenta. Normas de segurança negligentes e a falta de regulamentação eficaz, combinadas com a inacção do governo e de outras partes interessadas, continuam a colocar a vida dos cidadãos em risco.
No entanto, existem soluções concretas para inverter esta tendência e garantir a segurança dos cidadãos. Em todo o mundo, muitos países implementaram sistemas de segurança robustos e normas operacionais rigorosas para reduzir o risco de acidentes e limitar a perda de vidas. A Nigéria tem tudo a ganhar inspirando-se nestas boas práticas e aplicando-as urgentemente para evitar novas tragédias.
A experiência bem-sucedida do Corpo Federal de Segurança Rodoviária, liderado pelo Professor Wole Soyinka, na redução de acidentes rodoviários fatais demonstra a eficácia da implementação de sistemas de segurança adequados num período de tempo relativamente curto. Este sucesso nas nossas estradas também deve ser replicado nas nossas vias navegáveis e locais de mineração para garantir a segurança dos cidadãos.
Infelizmente, os acidentes de barco na Nigéria tornaram-se comuns, devido a vários factores, como a sobrecarga dos navios, a utilização de barcos defeituosos e a falta de medidas de segurança adequadas. Os trágicos acidentes em Zamfara e Bayelsa são apenas a ponta do iceberg. A perda de vidas não se limita às vias navegáveis do país; explosões de camiões-cisterna, acidentes rodoviários e desastres mineiros também estão a aumentar.
Neste ensaio, é inevitável destacar a complacência em torno destes desastres. Em vez de encontrar soluções proactivas, a resposta do governo e de outras partes interessadas tem sido lenta e reactiva, simplesmente proporcionando alívio a curto prazo às famílias das vítimas, sem abordar as causas profundas. É imperativo que a Nigéria quebre este ciclo, aprendendo com os sucessos de outras nações e com intervenções anteriores que se revelaram eficazes.
Nações como o Bangladesh, a Índia e as Filipinas, que enfrentam acidentes marítimos frequentes, fizeram progressos significativos ao reforçarem os seus regulamentos, melhorarem a aplicação e adoptarem uma abordagem multilateral à segurança marítima. O Bangladesh, por exemplo, conseguiu reduzir drasticamente o número de mortes relacionadas com acidentes de barco, impondo regulamentos rigorosos, realizando inspeções regulares e sensibilizando o público para as medidas de segurança..
A Índia, por outro lado, tomou medidas radicais para combater acidentes rodoviários e desastres industriais, através de alterações à Lei dos Veículos Motorizados, campanhas de sensibilização e colaborações eficazes com intervenientes públicos e privados. A Nigéria poderia aprender com estes modelos, introduzindo equipamentos de segurança padronizados em todos os barcos, estabelecendo regulamentos rigorosos sobre o número máximo de passageiros e implementando formação para os operadores, para reduzir os riscos de acidentes marítimos.
Neste contexto, é imperativo que a Nigéria estabeleça padrões transparentes e os aplique rigorosamente. A Autoridade de Hidrovias Interiores (AVNI) deve agir sem demora para garantir que todos os barcos cumpram as normas básicas de segurança, tais como a instalação de coletes salva-vidas, rádios e outros equipamentos essenciais em caso de emergência. Além disso, a Nigéria deve implementar e aplicar rapidamente leis rigorosas…