O tribunal militar da guarnição de Kinshasa/Ngaliema prepara-se para um novo dia de audiências no caso da tentativa de fuga da prisão de Makala. Durante a audiência anterior, foram interrogados cerca de vinte detidos alegadamente envolvidos nos acontecimentos. Os seus depoimentos destacam tensões e conflitos dentro da prisão, pondo em causa as acusações contra alguns deles.
Alguns presos dizem que foram alvos injustos devido a disputas pessoais com autoridades penitenciárias. Surgem histórias de rivalidades e represálias, destacando um clima de desconfiança e tensão pré-existente ao incidente. As histórias dos reclusos destacam as duras condições de vida dentro da prisão, com escassez de alimentos e interacções de confronto com guardas e autoridades.
Um dos detidos testemunhou a pressão que sofreu por parte dos responsáveis da sua ala, que o acusaram injustamente por motivos pessoais. Outro afirma ter sido vítima de uma conspiração arquitetada por soldados e funcionários da sua loja, na sequência de uma disputa sobre os seus bens pessoais. Estes testemunhos destacam as disfunções e abusos de poder que podem existir dentro da instituição prisional.
O tribunal decidiu confrontar alguns funcionários da administração penitenciária citados pelos detidos, a fim de esclarecer o seu alegado envolvimento. Esta abordagem visa esclarecer as circunstâncias que rodearam a seleção dos arguidos apresentados ao tribunal. Está também prevista uma rusga aos edifícios prisionais para avaliar os danos materiais e humanos causados pelo incidente.
As razões da tentativa de fuga da prisão de Makala permanecem obscuras, apesar das informações fornecidas pelas autoridades. O desfecho trágico dos acontecimentos é contestado por certas organizações da sociedade civil, sublinhando a necessidade de uma investigação exaustiva e transparente. As acusações de violação, terrorismo e incêndio criminoso contra detidos levantam questões sobre as condições de detenção e a gestão dos estabelecimentos penitenciários na República Democrática do Congo.
Em busca da verdade e da justiça, o Tribunal Militar continua a sua investigação, sob o olhar atento da população e dos defensores dos direitos humanos. O caso prisional de Makala realça as falhas do sistema prisional e sublinha a necessidade urgente de reformas para garantir o respeito pelos direitos dos reclusos e a segurança dos estabelecimentos penitenciários.