Aumento dos custos legais: um obstáculo ao acesso equitativo para todos

O recente aumento dos honorários advocatícios no âmbito da plataforma Dinâmicas Sociais para o Desenvolvimento e a Paz, sob a supervisão cuidadosa de Me Ramazani Shabani, abriu um debate crucial sobre a acessibilidade à justiça para as populações mais carenciadas. Com efeito, a justiça deve ser um serviço público, acessível a todos, sem distinção de classe social. Quando as barreiras financeiras impedem o acesso à justiça, isso põe, sem dúvida, em causa os próprios fundamentos da nossa sociedade e do nosso sistema judicial.

O processo de custas judiciais bancárias, instituído pelo Ministério da Justiça, exige agora um depósito de mais de 700 dólares norte-americanos, acompanhado de uma infinidade de documentos administrativos a serem submetidos à gestão de religiões e associações para obtenção de simples autorização de funcionamento. Esta abordagem, embora vise reforçar a transparência, levanta sérias preocupações sobre o seu impacto no acesso à justiça para os mais carenciados.

Do Rawbank ao Cadeco, advogados e representantes de associações não confessionais vêem-se obrigados a pagar estas novas taxas, compostas por taxas de depósito, taxas proporcionais e taxas de certificados de nacionalidade, entre outras. Esta realidade levanta um profundo dilema relativamente ao equilíbrio entre a necessidade de financiar o sistema de justiça e garantir o acesso efetivo à justiça para todos.

A questão do acesso à justiça e do aumento das custas judiciais está no centro das preocupações de muitos intervenientes da sociedade civil. A revista “Direitos e Cidadania”, produzida por Jeef Ngoy Mulonda, pretende explorar as razões deste aumento e comparar as práticas judiciais no estrangeiro. É crucial abordar estas questões para garantir um acesso justo à justiça para todos os cidadãos.

Em conclusão, o aumento das custas judiciais levanta questões essenciais em termos de justiça social e de acesso equitativo aos direitos fundamentais. É imperativo que as autoridades envolvidas tenham em conta estas preocupações e garantam que a justiça permaneça verdadeiramente acessível a todos, sem discriminação financeira. Esta abordagem é essencial para preservar a integridade e a legitimidade do nosso sistema judicial, garante da paz social e do respeito pelos direitos de cada indivíduo.

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