O dia 10 de Setembro de 1974 ficará para sempre gravado na história da Guiné-Bissau como o dia em que a independência foi finalmente reconhecida pela potência colonial portuguesa. Mais de um ano depois da proclamação da independência pelo movimento independentista PAIGC, este momento histórico simbolizou a vitória da luta pela liberdade e autodeterminação do povo da Guiné-Bissau.
Este tão esperado reconhecimento foi possível graças a vários acontecimentos importantes, nomeadamente a “Revolução dos Cravos” que abalou o regime de Marcelo Caetano em Lisboa. Esta convulsão política levou a grandes mudanças que obrigaram Portugal a aceitar o direito à autodeterminação das colónias, incluindo a Guiné-Bissau.
Desde a proclamação da independência pelo PAIGC em Setembro de 1973, o estatuto da Guiné-Bissau tornou-se uma questão debatida no cenário internacional. Portugal tentou minimizar esta afirmação, enquanto muitos países apoiavam a legitimidade da independência da Guiné-Bissau. O debate acabou por resultar na colocação da questão na agenda da ONU, onde se levantaram vozes a favor do reconhecimento da nova República da Guiné-Bissau.
A diplomacia guineense e malgaxe de Sékou Touré desempenhou um papel crucial no apoio público ao PAIGC e na denúncia da ocupação ilegal de territórios pelas forças portuguesas. Os discursos apaixonados dos diplomatas guineenses e malgaxes sublinharam a importância de reconhecer o direito à independência e realçaram as questões políticas e morais desta questão.
Perante estas pressões internacionais, Portugal tentou defender a sua posição contestando o controlo efectivo do PAIGC sobre o território da Guiné-Bissau. Os debates destacaram as tensões jurídicas e políticas em torno do reconhecimento da independência, com discursos bem articulados e intercâmbios animados entre as diferentes partes interessadas.
Em última análise, o PAIGC alcançou uma importante vitória simbólica com o reconhecimento da sua independência pela comunidade internacional. Este momento histórico marcou o início de uma nova era para a Guiné-Bissau e celebrou a luta corajosa e resiliente do povo guineense pela sua liberdade e autonomia.