No cerne da profissão jornalística, as mulheres que trabalham no mundo dos meios de comunicação social enfrentam frequentemente desafios específicos. Recentemente, em Uvira, Kivu do Sul, ocorreu uma importante sensibilização durante um workshop organizado pela Associação de Mulheres na Comunicação Social (AFEM). O tema quente discutido foi o da sextorção, uma realidade difícil de ser enfrentada por muitos jornalistas.
O impacto da sextorção na esfera jornalística pode ser devastador, comprometendo potencialmente as carreiras e a dignidade das mulheres envolvidas. A AFEM realizou um inquérito revelador a 31 jornalistas, que revelou que 21 delas tinham sido vítimas desta prática insidiosa. A sextorção, uma forma de abuso de poder que envolve frequentemente superiores, colegas ou indivíduos influentes, permanece muitas vezes oculta e difícil de denunciar.
A sensibilização das mulheres jornalistas para este assunto crucial é, portanto, de suma importância. É essencial que adquiram um conhecimento profundo das regras éticas da profissão jornalística, bem como das leis e direitos que a regem. Além disso, a necessidade de trabalhar de forma colaborativa e solidária para denunciar os abusos e proteger as vítimas não pode ser ignorada.
Joséphine Mungubi, Coordenadora do Sindicato das Mulheres da Comunicação Social pela Paz (UFMP), destaca a revelação de certas práticas nocivas que os jornalistas enfrentam diariamente. Esta formação aumentou a consciência colectiva sobre as formas de violência vividas e as violações de direitos, proporcionando assim às mulheres jornalistas as ferramentas necessárias para se defenderem e protegerem.
Esta iniciativa faz parte do projeto “Uma imprensa livre, profissional, inclusiva e plural para o acesso de diferentes camadas sociais a informações confiáveis no Kivu do Norte e do Sul”, financiado pela Embaixada da República Federal da Alemanha em Kinshasa. Ao garantir um ambiente de trabalho seguro e ético para as mulheres jornalistas, esta abordagem ajuda a reforçar a integridade e a diversidade da imprensa, essencial para uma sociedade democrática e informada.
Em conclusão, a sensibilização das jornalistas para os perigos da sextorção constitui um passo essencial para a protecção dos direitos e a promoção da igualdade no ambiente jornalístico. Através de uma maior colaboração e solidariedade, estes profissionais podem enfrentar desafios com resiliência e defender a sua integridade profissional, contribuindo assim para o advento de um jornalismo mais ético e inclusivo.