Na terra dos contos de fadas do Reino de Eswatini, uma cerimónia icónica cativou recentemente a atenção do mundo. No coração da aldeia real de Ludzidzini, em Lobamba, mais de 5.000 espectadores reuniram-se para testemunhar um acontecimento histórico: o casamento do Rei Mswati III, de 56 anos, com Nomcebo Zuma, a sua 16ª esposa, de 21 anos.
A celebração foi marcada pela Dança do Caniço, tradicional rito de passagem para a idade adulta onde jovens se reúnem para cantar e dançar para o monarca, com os seios à mostra. Algumas dessas mulheres, chamadas liphovela, são consideradas noivas ou concubinas reais. Eles usam roupas tradicionais adornadas com tornozeleiras e pompons coloridos, enquanto carregam espadas e escudos falsos.
A Reed Dance, também conhecida como Umhlanga, é celebrada como um exemplo da cultura “graciosa” de Eswatini. Este país de 1,2 milhões de habitantes é governado desde 1986 pelo Rei Mswati III, que não hesita em escolher noivas mais jovens para o casamento.
Os casamentos do rei muitas vezes chegaram às manchetes devido à diferença de idade e ao seu governo controverso. Na verdade, ele governa de forma autoritária, com os partidos políticos banidos e os governantes eleitos tendo apenas um papel consultivo. A sua monarquia tem sido fortemente criticada pelo seu estilo de vida luxuoso e cerimónias opulentas, enquanto a maioria da população está mergulhada na pobreza.
Nomcebo Zuma, de família polígama, está habituada à complexidade das relações familiares, tendo o próprio pai Jacob Zuma várias esposas e mais de 20 filhos.
Esta união real levanta questões sobre tradições, poder e desigualdade no seio da sociedade de Eswatini. À medida que o mundo contempla este casamento simbólico, é crucial olhar para as questões mais amplas que ele levanta, entre tradição e modernidade, entre autoridade e responsabilidade. O Reino de Eswatini continua a fascinar e a questionar, proporcionando uma visão complexa de uma cultura rica em contrastes e desafios.