A situação da produção de milho na África do Sul para a época 2023-2024 apresenta desafios significativos, com as perspectivas de colheita a diminuir devido a condições climáticas desfavoráveis. Esta época atípica foi marcada pela seca em Fevereiro e Março, reduzindo o potencial de rendimento das culturas em várias partes do país. As estimativas de produção já foram revistas diversas vezes em baixa, o que não é habitual nesta fase da temporada.
O Comité de Estimativas de Culturas da África do Sul reviu recentemente a estimativa de produção de milho para a época 2023-2024 para 13,06 milhões de toneladas, uma queda de 2% em relação ao mês anterior. Esta colheita representa uma quebra significativa de 21% face à época anterior.
A colheita esperada do milho branco ronda os 6,19 milhões de toneladas, uma redução de 3% face ao mês anterior, enquanto a do milho amarelo está estimada em 6,87 milhões de toneladas, uma redução de 2% face ao mês anterior. Apesar destes números reduzidos, a produção deverá cobrir o consumo anual estimado em cerca de 12 milhões de toneladas, deixando uma quantidade considerável disponível para os mercados de exportação.
As exportações de milho para a época 2024-2025 deverão rondar os 1,85 milhões de toneladas, destinadas principalmente à região da África Austral. Embora este número seja inferior ao da campanha anterior, ainda é significativo dado o histórico difícil de colheita. As exportações consistirão principalmente de milho branco e amarelo, com destinos que incluem o Zimbabué e outros países vizinhos de África.
Por outro lado, apesar do seu estatuto de exportador líquido de milho, a África do Sul planeia importar pequenas quantidades de milho amarelo para alimentação animal nas regiões costeiras onde os preços são mais favoráveis. As importações planeadas são atualmente de 134 mil toneladas para a temporada 2024-2025, com um possível aumento para 350 mil toneladas. O Brasil também está emergindo como potencial fornecedor de milho amarelo para a África do Sul.
Neste período de incerteza, é essencial manter-se cauteloso relativamente às previsões de exportação e acompanhar de perto a evolução do mercado. Apesar dos desafios enfrentados durante esta época, a África do Sul tem fortes reservas para satisfazer a procura interna. No entanto, os riscos permanecem, especialmente no que diz respeito aos preços do milho branco e aos potenciais ajustamentos nas futuras previsões de exportação.
Em conclusão, a época 2023-2024 apresenta desafios únicos para a indústria do milho na África do Sul, com potenciais repercussões nos mercados internos e de exportação.. É necessária vigilância face às incertezas contínuas e é crucial monitorizar de perto os desenvolvimentos para antecipar decisões futuras neste sector-chave da agricultura sul-africana.