Neste memorável dia 1 de Setembro de 2024, o Museu Real da África Central (MRAC) em Tervuren vibrou ao som de uma comovente homenagem prestada ao grande chefe Songye Kamanda Lumpungu. Este evento, orquestrado pela organização sem fins lucrativos aFreeKam em colaboração com a RMCA, reuniu um público variado, desde congoleses emocionados a belgas sensíveis a esta história, incluindo africanos de todo o continente.
Na abertura da cerimónia, um toque de emoção invadiu a sala quando a Sra. Ytal Yambo Bena Lumpungu, bisneta do grande cacique, falou com solenidade marcada pela dignidade. A sua voz trêmula expressou com firmeza a exigência de verdade e justiça para o seu antepassado injustamente enforcado há quase nove décadas. As palavras ressoaram como um pedido universal: “Você matou um homem inocente e está ciente disso. Exijo que a verdade seja restaurada”.
A memória de Kamanda Lumpungu, figura emblemática do povo Songye na República Democrática do Congo, foi homenageada pelo seu compromisso inabalável com o seu povo. Com efeito, este grande líder deixou a sua marca na história com a sua governação esclarecida, a sua resistência à administração colonial e a sua defesa feroz dos interesses da sua comunidade. A sua luta pela independência e a sua recusa em submeter-se à opressão colonial foram traços distintivos que marcaram o seu destino.
A assembleia emocionou-se com a exibição de um vídeo que retrata a cativante história dos chefes Lumpungu, relembrando as lutas, os sacrifícios e as esperanças que forjaram a sua lenda. Durante esta homenagem, um objeto simbólico chamou particularmente a atenção: um misterioso colar que pertenceu ao grande chefe, exposto no museu Tervuren. Esta relíquia, portadora de história e memória, tem suscitado muitas questões, testemunhando a importância da preservação dos artefactos deste património comum.
Hoje, através desta cerimónia de homenagem, não é só a memória de Kamanda Lumpungu que se celebra, mas também os valores de integridade, resiliência e dignidade que ele encarnou. O apelo lançado ao Estado belga para a reabilitação do grande líder ressoa como uma exigência legítima de reconhecimento e reparação. A busca pela verdade e pela justiça continua mais relevante do que nunca, recordando a importância de preservar a memória histórica e de reconhecer os erros do passado para construir um futuro melhor.
Neste dia repleto de emoções e símbolos, a homenagem prestada a Kamanda Lumpungu ressoa como um apelo à reconciliação e ao reconhecimento da história comum, num espírito de diálogo e de respeito mútuo. Que esta cerimónia continue a ser o testemunho vibrante de uma memória viva, transportada pelo sopro de esperança e de justiça.
À luz suave do Museu Real da África Central, o legado de Kamanda Lumpungu brilha eternamente, lembrando a todos que a verdade e a dignidade são valores intemporais, gravados nos corações daqueles que ousam defender a honra e a justiça.
A chama da memória jamais se apagará, vibrando ao ritmo dos corações unidos na busca pela justiça e pela reparação. Ao celebrar o passado, moldamos o futuro, com a certeza de que a verdade triunfará sempre, guiando os nossos passos no caminho da reconciliação e da paz.