Gabão no meio de uma revisão constitucional: rumo a um futuro político transformado

A redação do artigo começa aqui:

O Gabão, um país da África Central, viveu recentemente um ponto de viragem histórico com a apresentação de uma versão preliminar da sua futura constituição ao presidente de transição, Brice Oligui Nguema, durante uma cerimónia oficial no palácio presidencial. O passo crucial surge um ano depois de o exército ter derrubado o presidente Ali Bongo, pondo fim a mais de 50 anos de governo da família Bongo.

O conteúdo desta nova constituição, que deverá ser objecto de referendo até ao final do ano, levanta muitas questões entre a população gabonesa, que aguarda em grande parte informações detalhadas sobre este assunto.

Entre as principais alterações anunciadas pelo ministro da Reforma Institucional durante a apresentação do documento estão a extinção do cargo de Primeiro-Ministro e a instituição de um mandato presidencial de sete anos, renovável uma vez. O texto também estipula que qualquer presidente que tente modificar estas disposições será considerado culpado de alta traição.

Agora é possível ao presidente dissolver o parlamento, mas continua sujeito a demissão por membros da Assembleia Nacional e do Senado em caso de alta traição. Além disso, o projecto de Constituição exige que um candidato presidencial tenha pais nascidos no Gabão.

Além disso, os soldados que derrubaram o regime de Bongo serão elevados à categoria de “Heróis” e beneficiarão de uma lei de amnistia. O texto também consagra o casamento como a união entre duas pessoas de sexos opostos.

Apesar destas mudanças significativas, muitos desafios ainda aguardam o Gabão, com o governo militar a prometer a realização de eleições em Agosto de 2025.

No ano passado, após o golpe, cenas de júbilo ocorreram nas ruas do Gabão, com os jovens exigindo melhores condições de vida e uma distribuição mais justa da riqueza nacional.

Embora os dados do Banco Mundial coloquem o rendimento per capita do Gabão entre os mais elevados da África Subsariana em 2021, um terço da população do país, ou 2,3 ​​milhões de pessoas, vive abaixo do limiar da pobreza.

O Gabão encontra-se num momento crucial da sua história, com o desenvolvimento de uma nova constituição que poderá moldar o futuro político e social do país nos próximos anos. As expectativas são altas e a população está atenta aos desenvolvimentos futuros.

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