A decisão de boicotar o início do ano lectivo na província do Congo-Central marca um ponto de viragem crucial na luta dos professores por condições de trabalho e salários dignos. Na verdade, a Sinergia dos sindicatos de professores da região assumiu uma posição firme, condicionando a retoma das aulas ao cumprimento de uma promessa do governo de pagar um bónus adicional de 100.000 francos congoleses aos professores. Esta iniciativa, resultante dos encontros realizados em Bibua, em Kinshasa, demonstra a determinação dos professores em não aceitarem mais promessas não cumpridas.
Os professores, oriundos de dez territórios e duas localidades do Congo-Central, manifestam claramente a sua insatisfação com uma situação salarial considerada insuficiente. O porta-voz da Synergy, Simon Nsilulu, alerta contra qualquer tentativa de divisão dentro da comunidade docente, sublinhando que a unidade é essencial para obter progressos significativos.
Além disso, a intersindicação de professores do Kongo-Central 01 adere ao movimento de boicote ao estabelecer como condição a aplicação de uma tabela salarial fixada em 500 dólares. Esta unidade de reivindicações demonstra a força da mobilização dos professores, determinados a fazer valer os seus legítimos direitos.
Confrontado com este protesto crescente, o Governo encontra-se perante um grande dilema. A pressão dos sindicatos docentes destaca os desafios que as autoridades enfrentam nas políticas de educação e remuneração. A questão da promoção da profissão docente e do aumento dos salários continua no centro das reivindicações, e a ausência de respostas concretas corre o risco de prolongar o impasse entre os professores e as autoridades.
Em última análise, este boicote ao regresso às aulas representa um forte sinal enviado pelos professores do Congo-Central, determinados a desempenhar um papel activo na defesa dos seus direitos. A questão ultrapassa a simples questão do salário para tocar nos próprios fundamentos do sistema educativo e no reconhecimento da profissão docente. Cabe agora às partes interessadas encontrar soluções sustentáveis, respeitosas e equitativas para garantir um ensino de qualidade e condições de trabalho dignas para os professores.