Fatshimetrie, o jornal de referência para decifrar a economia gabonesa pós-golpe, oferece uma visão aprofundada da situação actual no país. Um ano após a derrubada do regime de Ali Bongo pelo General Brice Oligui Nguema, o Gabão enfrenta grandes desafios socioeconómicos.
Numa entrevista exclusiva com Thomas Melonio, economista-chefe da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), mergulhamos na análise da resiliência da economia gabonesa. Apesar do crescimento ter sido mantido entre 2% e 3%, o país continua confrontado com uma dívida elevada e com as finanças públicas sob pressão. As expectativas sociais também permanecem significativas, sublinhando a necessidade de reformas profundas.
A recuperação da produção petrolífera, embora benéfica para as finanças estatais, realça a urgência de diversificar a economia gabonesa. A juventude do país, confrontada com uma taxa de desemprego alarmante, necessita de políticas que favoreçam a criação de empregos sustentáveis e a promoção da educação. A AFD está ativamente envolvida nestes setores para apoiar o desenvolvimento económico e social do Gabão.
A perspectiva de uma dívida que atinja quase 79% do PIB até 2025 levanta a questão das alavancas a utilizar para fortalecer a economia gabonesa. Além do financiamento externo, a importância de estimular a poupança nacional e apoiar o desenvolvimento das PME são posicionadas como prioridades. Um sistema financeiro sólido e inclusivo é essencial para promover o crescimento e a diversificação da economia gabonesa.
Em conclusão, a transição económica do Gabão exigirá esforços concertados a longo prazo, centrados na criação de emprego, na diversificação económica e na gestão rigorosa das finanças públicas. A Fatshimetrie continuará a acompanhar de perto a evolução no país e a fornecer análises de ponta para iluminar o caminho para um futuro económico mais estável e próspero para todo o povo gabonês.