Kinshasa, 29 de agosto de 2024 (ACP/APS) – A crítica situação humanitária na Faixa de Gaza está a causar grande preocupação na comunidade internacional, especialmente na União Europeia. Na verdade, a recente detecção de um caso de poliomielite entre crianças refugiadas, já afectadas por meses de conflito violento e deslocamentos massivos, levanta sérios riscos de uma epidemia sanitária devastadora.
Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, lançou um apelo urgente a uma trégua humanitária imediata para permitir a vacinação de todas as crianças na Faixa de Gaza. É imperativo evitar um desastre de saúde adicional numa população já enfraquecida e vulnerável. Sendo mais de metade dos residentes de Gaza crianças, a necessidade de uma intervenção rápida e eficaz torna-se urgente.
As condições de vida precárias, marcadas pela falta de infra-estruturas básicas, pela desnutrição, pelas más condições sanitárias e pelos escombros resultantes dos conflitos, criam um ambiente propício à propagação de doenças infecciosas. Na verdade, a poliomielite, uma doença erradicada há 25 anos na Faixa de Gaza, está a ressurgir de forma alarmante, pondo em perigo a saúde de milhares de crianças.
Para combater esta ameaça iminente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef estão a mobilizar-se para mobilizar equipas de profissionais de saúde e garantir a vacinação de centenas de milhares de crianças. Preservar a cadeia de frio para o armazenamento de vacinas e coordenar os esforços humanitários estão a tornar-se questões cruciais para evitar uma grave crise sanitária.
Apesar dos desafios logísticos e de segurança, é imperativo que a comunidade internacional forneça um apoio acrescido e coordenado para garantir a protecção e o bem-estar das crianças de Gaza. A solidariedade, a compaixão e o compromisso com a saúde pública devem prevalecer sobre as considerações políticas e militares.
É tempo de agir de forma concertada e eficaz para evitar uma catástrofe humanitária que teria consequências devastadoras para milhares de pessoas inocentes. A trégua humanitária solicitada pela União Europeia não é apenas uma questão de emergência sanitária, mas também um imperativo moral para salvar vidas e proteger os mais vulneráveis no centro deste conflito devastador.